O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou, de uma alta de 0,18% em julho para um avanço de 0,15% em agosto, divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira. O indicador é muito utilizado no reajuste de contratos de aluguel e mede a variação da inflação de matérias-primas agrícolas, produtos industriais e bens e serviços
Com isso, a variação do IGP-M até agosto é de 6,25%. Já nos últimos 12 meses, o indicador acumula 11,49%.
Atacado
De julho para agosto, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) acelerou levemente de uma deflação de 0,01% para uma inflação de 0,04%. Em 12 meses até agosto, o IPA acumula aumento de 13,53%. Em 2016, a inflação acumulada é de 6,72%. A maior contribuição positiva em agosto em termos porcentuais para esse resultado veio do grupo Matérias-Primas Brutas, que variou 0,34% neste mês. Em julho, a taxa havia sido negativa em 1,96%.
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Nesse estágio inicial da produção, os principais responsáveis pela aceleração foram milho em grão (-11,19% para 5,27%), minério de ferro (-9,17% para 3,21%) e laranja (-4,50% para 5,12%). Em sentido oposto, destacaram-se a soja em grão (-3,68% para -8,51%), bovinos (0,59% para -1,70%) e café em grão (4,99% para -0,20%).
O indicador referente a Bens Finais teve variação de 0,15%, em agosto. Em julho, este grupo de produtos mostrou variação de 1,41%. Contribuiu para este recuo o subgrupo alimentos processados, cuja taxa de variação passou de 3,00% para 0,27%
O índice relativo aos Bens Intermediários variou -0,36%. Em julho, a taxa foi de 0,28%. Segundo a FGV, o principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação passou de 0,29% para -0,76%.
Principais influências
De acordo com a FGV, entre as maiores influências de alta no IPA de agosto estão leite in natura (8,03% para 8,64%), milho em grão (-11,19% para 5,27%), minério de ferro (-9,17% para 3,21%), cana-de-açúcar (1,27% para 2,00%) e mamão (-44,89% para 85,00%).
Já na lista de maiores influências negativas estão soja em grão (-3,68% para -8,51%), farelo de soja (-0,58% para -7,43%), feijão em grão (18,91% para -8,58%), bovinos (0,59% para -1,70%) e batata-inglesa (apesar de a deflação ter recuado de -17,47% para -8,89%).
Os preços dos produtos agropecuários no atacado caíram 0,11% em agosto, após registrarem queda de 0,25% em julho, informou a FGV. Já os preços de produtos industriais avançaram 0,10% ante alta de 0,09% no mês passado.
Os preços dos bens intermediários caíram 0,36% em agosto ante avanço de 0,28% em julho. Já a variação dos bens finais foi de 0,15%, após elevação de 1,41% na mesma base de comparação. Os preços das matérias-primas brutas subiram 0,34%, ante recuo de 1,96% também no mesmo intervalo de tempo.
IPC
A principal contribuição para a aceleração registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apurado para composição do IGP-M veio do grupo Alimentação. De julho para agosto, o IPC-M acelerou de 0,29% para 0,40%. Nesta classe de despesa, a FGV destacou o comportamento do item frutas, que passou de uma deflação de 11,91% para 2,10%.
Segundo a FGV, também foi registrado acréscimo nas taxas de variação de outras cinco das oito classes de despesas que compõem o indicador. O grupo Transportes passou de -0,04% para 0,27%, tendo como influência a variação da gasolina (-1,02% para 0,16%). A taxa da classe de despesas intitulada Saúde e Cuidados Pessoais aumentou de 0,67% pra 0,76% entre julho e agosto, tendo como impulso a inflação dos artigos de higiene e cuidado pessoal (1,11% para 1,98%).
A variação no grupo Educação, Leitura e Recreação passou de 0,62% para 0,83% na mesma base de comparação, tendo uma contribuição da forte alta dos preços dos ingressos para shows musicais (2,08% para 9,29%). A inflação no grupo Comunicação passou de 0,16% para 0,39% entre o mês passado e o atual, pressionado pelo encarecimento da tarifa de telefone móvel (0,19% para 1,46%). Por fim, o Vestuário passou de uma taxa negativa de 0,07% em julho para uma inflação de 0,07% em agosto sob a influência da menor deflação observada nas roupas (-0,27% para -0,04%).
No sentido contrário, duas classes de despesas apresentaram decréscimo nas variações. Habitação passou de 0,13% para 0,01% entre julho e agosto, tendo como destaque o item condomínio residencial (0,48% para -0,30%). A taxa do grupo Despesas Diversas caiu de 0,58% para 0,10%, com destaque para alimentos para animais domésticos (2,51% para 0,20%).
As maiores influências de alta para o IPC-M na passagem de julho para agosto foram leite tipo longa vida (apesar de a taxa ter caído de 15,58% para 9,07%), refeições em bares e restaurantes (0,33% para 0,92%), show musical (2,08% para 9,29%), plano e seguro de saúde (que repetiu em agosto a taxa de 1,05% registrada em julho) e perfume (1,39% para 3,50%).
A lista de maiores pressões negativas, por sua vez, é composta por batata-inglesa (-8,50% para -15,88%), tarifa de eletricidade residencial (-1,04% para -1,50%), cebola (a despeito de a deflação ter caído de -35,52% para -24,57%), alface (3,88% para -10,56%) e tomate (8,06% para -7,09%).
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em agosto, variação de 0,26%, como já havia sido divulgado no dia 26 de agosto pela FGV. O resultado do INCC neste mês ficou abaixo do observado em julho, de 1,09%.