No primeiro relatório Focus divulgado após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de agosto, os economistas do mercado financeiro elevaram as previsões para a inflação tanto em 2016 quanto em 2017.
Para 2017, que é o foco do Banco Central, o mercado segue projetando um cenário de inflação menor, mas desta vez a estimativa subiu de 5,12% para 5,14%. Há quatro semanas, estava em 5,20%. Já para este ano, a projeção para a inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu de 7,31% para 7,34%. Um mês antes, estava em 7,21%.
Na última quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 em agosto subiu 0,45%. Foi menos que o 0,54% de elevação de julho. No acumulado de 12 meses, porém, o IPCA-15 de agosto atingiu 8,95%, num claro sinal de que a inflação segue resistente. A meta perseguida pelo Banco Central em 2016 e 2017 é de 4,5% para o IPCA, com tolerância de 2 pontos porcentuais para este ano e 1,5 ponto para o próximo.
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Produto Interno Bruto
As projeções do relatório Focus desta semana não mostraram alteração relevante nas expectativas para a atividade do Brasil em 2016. Os dados continuam mostrando uma forte recessão neste ano. Pelo documento, as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) indicaram retração de 3,16%, pouco melhor que o recuo de 3,20% projetado uma semana antes. Há um mês, o mercado previa uma queda de 3,24%.
Para 2017, o cenário é um pouco melhor, com perspectiva de PIB positivo. O mercado previu para o País, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, um crescimento de 1,23% no próximo ano, acima do 1,20% de alta projetado uma semana antes. Há um mês, estava em 1,10%.
Preços administrados
O relatório Focus voltou a mostrar mudanças nas projeções para os preços administrados em 2016. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano passou de alta de 6,10% para avanço de 6,20%. Para o próximo ano, a mediana permaneceu indicando alta de 5,30%.
O BC contava com forte desinflação dos preços administrados para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016 – uma perspectiva que vai ficando distante, pelos dados do Focus. O dólar mais baixo também vinha colaborando. Em suas comunicações, o BC enfatizou ainda que a retração econômica pode ajudar no processo de desinflação. Por outro lado, disse que a inflação corrente e as expectativas, ambas elevadas, seguram este processo.
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição projetou uma variação de 6,6% para os preços administrados em 2016 e de 5,3% para 2017.
Taxa básica de juros mais alta
Os economistas do mercado financeiro elevaram as previsões para a Selic (a taxa básica de juros) no próximo ano. A mediana das expectativas para a Selic em 2017 passou de 11,00% para 11,25% ao ano, interrompendo uma sequência de oito semanas consecutivas de estabilidade para a projeção. Já a taxa básica para o fim de 2016 permaneceu em 13,75% ao ano.
A Selic média de 2016 passou de 14,16% para 14,19% ao ano. Para 2017, foi de 11,84% para 11,94%.
Câmbio
O Banco Central alterou a estimativa para o câmbio deste ano. O documento divulgado nesta segunda-feira indicou que a cotação da moeda estará em R$ 3,29 no encerramento de 2016 – abaixo dos R$ 3,30 da projeção da semana anterior. Um mês atrás, a previsão estava em R$ 3,30.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio seguiu em R$ 3,45 de uma divulgação para a outra – quatro semanas atrás estava em R$ 3,50.