As projeções do mercado financeiro para a inflação do ano que vem caíram pela terceira semana seguida no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. De acordo com o documento, a mediana para 2017 saiu de 5,40% para 5,30%. Há um mês estava em 5,50%. Para o IPCA deste ano, as estimativas ficaram congeladas.
A mediana para 2016 ficou estacionada em 7,26% de uma semana para outra – a taxa estava em 7,25% quatro semanas atrás. A meta de inflação deste e do próximo ano é de 4,50% com tolerância de 2 pontos porcentuais em 2016 e de 1,5 pp em 2017 (também em 2018).
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No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC informou que projeta inflação de 4,7% para 2017 no cenário de referência e de 5,5% pelo de mercado. Já no caso de 2016, as estimativas são de, respectivamente, 6,9% e 7,00%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para este ano continuaram em 7,18% pela segunda vez consecutiva. Para 2017, no entanto, recuaram de 5,39% para 5,33%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,15% e 5,30%.
Já a inflação suavizada 12 meses a frente voltou a ceder, passando de 5,83% para 5,70% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,93%. Estas reduções para prazos mais longos ocorrem apesar de as estimativas para os índices mensais mais próximas ainda estarem resilientes: as de julho continuaram em 0,40% (quatro semanas antes estavam em 0,33%). Para agosto, passaram de 0,32% para 0,31% - um mês antes estava em 0,30%.
Preços administrados
Depois de uma queda significativa na semana passada, o Relatório de Mercado Focus, não trouxe qualquer alteração nas projeções para o indicador dos preços administrados. Para este ano, a mediana das estimativas ficou em 6,70%, como no levantamento anterior. Quatro edições atrás, estava em 6,99%.
No caso de 2017, a mediana das expectativas continuou em 5,50%, onde está há dez semanas seguidas. Os preços administrados foram os vilões da inflação em 2015, quando avançaram 18,07%.
O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016. Nos últimos tempos, o dólar mais baixo também tem mostrado que pode colaborar com esse movimento.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, a taxa para os preços administrados em 2016 mudou para justamente 6,7%. No RTI de março, era de 6,1%. Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, a estimativa era de 6,8%. Para 2017, a expectativa é de alta de 5,3% ante 5,0% do último RTI e da ata divulgada no mês passado.
Câmbio para fim de 2016 cai de R$ 3,40 para R$ 3,39
Mesmo com as sucessivas intervenções do Banco Central no mercado de câmbio por meio de leilões de swap cambial reverso, que, na prática, evitam uma queda maior do dólar, o Relatório voltou a mostrar queda das estimativas para o câmbio deste e do próximo ano.
O documento apresentou que a cotação da moeda estará em R$ 3,39 no encerramento de 2016 ante R$ 3,40 do levantamento anterior – um mês atrás, estava em R$ 3,60.
Apesar disso, o câmbio médio de 2016 continuou em R$ 3,47 de uma semana para a outra – um mês antes, estava em R$ 3,62.
Para 2017, a mediana recuou de R$ 3,55 para R$ 3,50 de uma divulgação para a outra – quatro semanas atrás estava em R$ 3,80.
Já o câmbio médio do ano que vem caiu de R$ 3,53 para R$ 3,46 de um levantamento para o outro – estava em R$ 3,75 um mês atrás.