A projeção de instituições financeiras para a inflação neste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu pela quarta vez seguida, ao passar de 7,12% para 7,19%. Para 2017, a estimativa é mantida em 5,50% há quatro semanas. Os números integram o relatório Focus, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central (BC).
As expectativas estão acima do centro da meta de inflação, que é 4,5%. O limite superior da meta é 6,5% neste ano e 6% em 2017.
O relatório Focus também apresenta as previsões de analistas para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Para este ano, a projeção de retração da economia foi alterada de 3,71% para 3,60%. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB passou de 0,85% para 1%.
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Dólar e Selic
Segundo o levantamento, a projeção para a cotação do dólar ao final de 2016 caiu de R$ 3,68 para R$ 3,65. Para 2017, a estimativa passou de R$ 3,85 para R$ 3,81.
Além disso, a mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas das instituições financeiras para a taxa básica de juros, a Selic, passou de 12,88% para 13% ao ano ao final de 2016 e segue em 11,25% ao ano no fim de 2017.
É função do Banco Central fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros.
Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta esse índice, busca conter a demanda aquecida. Isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. No entanto, a medida alivia o controle sobre a inflação.
Na semana passada, o Copom manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão foi tomada por considerar que a inflação acumulada em 12 meses é alta e as expectativas para o índice de preços estão distante da meta.