O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira que alcançar o centro da meta de inflação em 2017 (4,5%) é uma expectativa ambiciosa e crível.
Para Goldfajn, atingir esse objetivo é algo ambicioso, porque o indicador em 2015 foi "mais do que o dobro da meta".
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– O ano de 2015 foi de choque, inflação muito elevada, em parte devido à depreciação forte (do real), à inflação de (preços) administrados muito forte. Desde então, o objetivo do regime de metas tem sido fazer a convergência de volta para o centro da meta – avaliou, ao divulgar o Relatório de Inflação.
Brexit
Ilan também comentou que os efeitos de curto prazo da decisão dos britânicos de sair da União da Europeia estão sendo contidos, mas há incertezas sobre o crescimento global futuro
– Acredito que o cenário global é desafiador. Vamos enfrentar volatilidade e choques aos longos dos anos. O choque mais recente é o chamado Brexit (saída dos britânicos da União Europeia) – disse Goldfajn.
O presidente do BC diz que o Brexit traz implicações principalmente no comércio e no crescimento global.
– Ainda não estão totalmente mapeadas as consequências para o futuro. Há que se observar o impacto no mundo e por consequência no Brasil. Deve reduzir, de alguma forma, o crescimento global e pode influenciar o crescimento no Brasil – sublinhou.
Ilan afirmou que os bancos centrais de 60 países, reunidos no último final de semana, se comprometeram a monitorar os efeitos do Brexit e usar instrumentos que forem necessários.