Fundado em 1927 em Caxias do Sul, o Bela Vista Park Hotel retoma a tradição de servir café colonial aos domingos. Havia abandonado o cardápio há cerca de uma década quando começou a passar por uma crise provocada pela proliferação de grandes redes hoteleiras na cidade. A ideia é reviver os bons tempos em que o hotel costumava encher aos finais de semana, recebendo moradores da região e turistas em busca, não só de comida farta, mas da área verde de 15 hectares que inclui trilhas e toda atmosfera de um dos bairros mais acolhedores de Caxias do Sul.
No café colonial que passa a ser servido a partir deste domingo serão ofertadas mais de 50 variedades de doces e salgados, que vão de pães coloniais, cucas, biscoitos, queijos e frios até pastéis, tortas e comidas típicas da Serra, como o grostoli. Diferentemente da maioria dos cafés coloniais da região das Hortênsias, em que a comida é servida na mesa, o sistema do Bela Vista em formato de buffet. O restaurante tem capacidade para 150 pessoas e o café colonial será servido das 16h às 22h. Custa R$ 45 por pessoa e crianças de 6 a 12 anos pagam a metade, R$ 22,50.
Pertencente a família Basso, o Bela Vista nasceu como um hotel de veraneio nos tempos em que a Serra era mais procurada do que o Litoral. Filho dos fundadores, Afrânio Basso, de 75 anos, diz que enquanto outros hotéis históricos de Caxias do Sul fecharam as portas, o de Ana Rech conseguiu se manter em atividade por quase 90 anos a duras penas. A família, no entanto, deixou de investir.
Por isso, em fevereiro deste ano, passou a administração do hotel para a rede CHA, Cadeia de Hotéis Associados. A marca cuida da gestão de 11 hotéis, a maioria em Santa Catarina. Geraldo José Linzmeyer, fundador e presidente da CHA, se formou em hotelaria na Universidade de Caxias do Sul e conhecia o potencial turístico da região. Segundo Geraldo, 90% dos hotéis brasileiros são familiares e independentes sem bandeiras e o que ocorreu com o Bela Vista é muito comum. Além de entrar com o know how, a rede consegue negociar melhor com fornecedores e oferecer preços e pacotes competitivos.
A retomada do café colonial é a primeira de uma série de ações previstas para impulsionar a ocupação do hotel, que por muitos anos serviu de referência para desenvolver Ana Rech como destino turístico. Segundo Basso, a ideia é fazer festivais gastronômicos, reativar a boate de casais Villareggio, recuperar o lago e repor todos os atrativos que existiam e eram muito apreciados. Com isso, a intenção é melhorar a taxa de ocupação hoteleira que hoje gira em torno de 60%.
