Um desavisado que dê uma olhada nos números da bolsa de valores e no valor do dólar pode ser levado a crer que o mercado está sedento por sangue. Enquanto a ordem política se esvai em Brasília e o governo parece à beira da ruína, o valor das empresas brasileiras dispara, e o câmbio desaba como há muito não se via - para a alegria dos que pretendem fazer uma viagem ao Exterior ou comprar itens importados, por exemplo.
Ontem, enquanto manifestações eclodiam pelas ruas e o Judiciário barrava a escolha da presidente Dilma Rousseff pelo ex-presidente Lula para chefiar a Casa Civil, o Índice Ibovespa, que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), subia 6,6%, o que não ocorria em um dia de pregão desde janeiro de 2009. Analistas de investimentos não têm dúvidas: o mercado – este ente misterioso e difícil de decifrar, formado por milhões de compradores e vendedores de ações, dólares e outros títulos – quer uma mudança radical na economia do país.
Mercado financeiro
O que explica os altos e baixos de bolsa e dólar durante o caos político
Enquanto manifestações eclodiam pelas ruas do país, Bovespa subia 6,6%
Erik Farina
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