Integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estão planejando se reunir com a Rússia e outros produtores de fora do grupo em Doha, capital do Catar, em 17 de abril, para negociar um acordo com o objetivo de limitar a produção da commodity, afirmou nesta quarta-feira o Ministério de Petróleo do Catar.
Discussões estão em andamento há semanas para a realização de um encontro de membros da Opep, como a Arábia Saudita e a Venezuela, e grandes produtores que não pertencem ao cartel, como a Rússia. Em 16 de fevereiro, representantes sauditas, russos, venezuelanos e do Catar chegaram a um acordo preliminar para congelar a produção nos níveis de janeiro, contanto que outros produtores relevantes aderissem ao pacto.
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Uma fonte da Opep diz que o congelamento da produção deverá ser implementado mesmo sem o Irã, que tem se recusado a participar do acordo.
Em comunicado, o Ministério de Petróleo do Catar referiu-se ao acordo do mês passado como "iniciativa de Doha", atribuindo ao pacto a mudança no sentimento dos mercados de petróleo. Nas últimas semanas, os preços do petróleo tiveram forte recuperação e avançaram para cerca de US$ 40 o barril, depois de recuarem a menos de US$ 27 o barril em janeiro, tocando os menores níveis em mais de uma década e acumulando queda de quase 75% desde junho de 2014.
Segundo o ministério, a iniciativa de Doha "estabeleceu um piso" para as cotações do petróleo. "Isso gerou um amplo e intenso diálogo entre todos os produtores, em meio à convicção de que os preços atuais do petróleo não são sustentáveis," diz o comunicado. O Catar, que está no comando da presidência rotativa da Opep neste ano, está coordenando os esforços para estabilizar os mercados de petróleo.
Ainda de acordo com o ministério, 15 produtores da Opep e de fora do grupo, responsáveis por 73% da produção mundial de petróleo, apoiaram a iniciativa de Doha. O Catar não informou quais integrantes da Opep participarão da reunião de abril. Autoridades de vários países, por sua vez, disseram que não foram formalmente notificados do encontro.
O Catar alega que a nova reunião será uma continuação do acordo de fevereiro. Delegados da Opep, por sua vez, afirmam que o objetivo é levar mais produtores a aderir ao pacto.
Também no comunicado, o ministério diz que os preços baixos do petróleo causaram uma "queda inédita nos investimentos da indústria petrolífera, que começou de fato a afetar a produção de petróleo mundialmente". As recentes quedas na produção "deverão continuar", segundo o Catar.
"Essa drástica redução nos investimentos já está tendo impacto na indústria petrolífera", disse o ministério.