Depois de registrar o fechamento de 1,5 milhão de vagas formais de emprego em 2015, o país iniciou o ano com mais um dado negativo do mercado de trabalho. O saldo de empregos em janeiro foi negativo em 99.694 postos, pior que o apresentado em janeiro do ano passado, quando ficou negativo em 81.774 vagas pela série sem ajuste.
O resultado, fruto de 1.205.040 admissões e de 1.304.734 desligamentos, é o pior para o mês desde 2009, quando o saldo de empregos em janeiro foi negativo em 101.748 postos, pela série sem ajustes. Os números foram divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.
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O saldo líquido de empregos formais no mês ficou dentro do esperado pelo mercado. Pesquisa do AE-Projeções realizada com 22 instituições do mercado financeiro apontava que o saldo líquido do Caged de janeiro seria de fechamento de 60.400 a 180.000 vagas. A partir deste intervalo, a mediana ficou negativa em 141.289 postos, valor mais pessimista que o divulgado hoje.
A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando os empregadores enviam as informações atualizadas para o governo.
Setores
Dados do Caged mostram ainda que o comércio foi o setor que mais fechou vagas de trabalho com carteira assinada em janeiro. No total, foram encerrados 69.750 postos no mês passado, fruto de 286.509 admissões e 356.259 desligamentos.
O segundo pior destaque ficou com o setor de serviços, que apresentou retração de 17.159 vagas no mês. O dado foi acompanhado pela indústria de transformação, com menos 16.553 postos, seguido da construção civil, que fechou 2.588 vagas, e da indústria extrativa mineral, que teve menos 1.220 empregos.
O único setor com desempenho positivo em janeiro foi a agricultura, que abriu 8.729 vagas formais de emprego.
*Estadão Conteúdo