A mediana das projeções para o IPCA do ano que vem chegou ao teto da meta no Relatório de Mercado Focus e está agora em 6,50%. No levantamento anterior, o ponto central da pesquisa estava em 6,47%. Os dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central, que já avisou não mirar mais 2016, mas, sim, 2017 em sua tarefa de levar a inflação para o centro da meta.
No caso de 2015, a mediana avançou de 9,99% para 10,04%, atingindo, portanto, a marca de dois dígitos pela primeira vez na pesquisa geral. Esta é a nona semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom mais recente, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais, tanto no cenário de mercado quanto no de referência.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para novembro subiu de 0,62% para 0,66% de uma semana para outra ante taxa de 0,58% verificada há um mês. No caso de dezembro, a taxa passou de 0,71% para 0,75%. Quatro semanas atrás estava em 0,67%. As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente subiram mais, passando de 6,70% para 6,76% - quatro edições atrás estavam em 6,27%.
Mediana para 2017
Não houve alterações das previsões do mercado financeiro para a inflação de mais longo prazo, conforme a abertura do Relatório Focus. Para 2017, ano que é o novo foco de ação da instituição, a taxa permaneceu em 5%, como já estava desde 9 de outubro. Da mesma forma, para 2018, as projeções ficaram inalteradas em 5% - atingiram esse novo patamar na semana passada. Para 2019, a mediana das expectativas é de uma variação de 4,50%.
PIB
Para o PIB de 2015, o Relatório Focus manteve a projeção de retração de 3,10%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos. Em 1990, foi registrada uma queda de 4,35%.
Para 2016, o mercado aumentou de 1,90% para 2% a expectativa de baixa na economia brasileira - a sexta retração seguida na projeção para o PIB do próximo ano.
Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país apresentará dois anos seguidos de contração na economia - a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve início em 1948.
*Zero Hora com informações do Estadão Conteúdo