A tensão cresceu em Rio Grande, não pela greve que paralisa a única empresa que mantinha atividade neste 2015 de ressaca no polo naval. Mas porque significa que o consórcio Ecovix deixou de pagar seus funcionários por estar com problema de caixa. E a curto prazo, parece não haver solução viável para o consórcio.
A Engevix teve seus dois diretores presos pela Operação Lava-Jato, sem contar o lobista Milton Pascowitch. Gerson Almada, que se afastou da gestão, foi liberado para prisão domiciliar com tornozeleira. O presidente, José Antunes Sobrinho, segue em Curitiba, assim como Pascowitch.
Os japoneses da Mitsubishi Heavy Industries hesitam em elevar sua participação de 30% na Ecovix por não sabe até onde as investigações vão chegar.
Enquanto isso, tolhida pela falta de liquidez, a Petrobras segue desidratando seu plano de investimentos. Com a Ecovix em claras dificuldades, a demora para concretização do aditamento ao contrato de montagem das plataformas P-75 e P-77 no estaleiro da QGI e a falta de perspectivas de novos projetos para a EBR, do outro lado do canal, em São José do Norte, cresce o risco de o polo naval encalhar.
Quase 6 mil trabalhadores param o estaleiro em Rio Grande
E a onda de prejuízo pode chegar além de Rio Grande. Atraídas pela oportunidade, indústrias gaúchas investiram na diversificação de localização e de linhas de produção para o setor naval. Estudo do Grupo de Economia da Energia da UFRJ estima que a crise no setor de petróleo representou a perda de 2.691 empregos do segmento de exploração e produção. O medo é de que esse número possa crescer.
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