Quando três sócios abriram o Hotel Laghetto, em Gramado, em 1989, a ideia era só ter uma renda mensal. Oferecer opção de hospedagem na cidade dominada por dois ícones, Serra Azul e Serrano, era uma aventura. Foi assim até 2005, quando o aumento de hóspedes exigiu uma segunda unidade. Chegaram a comprar o terreno, mas o Sesc fez uma oferta irrecusável. Venderam, mas ficaram com sentimento de perda. No final de 2007, passaram a administrar outras unidade na cidade e começaram a formar a rede que já chega a oito hotéis. A meta é alcançar 25 hotéis até 2020.
- Vamos duplicar em quatro anos - diz Plínio Ghisleni (E), na foto com Ronald Spieker (filho e homônimo do sócio fundador, já falecido).
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Sentimento de perda
- Quando vendemos o terreno, em 2005, ficamos com o dinheiro no bolso mas sem o hotel, melhoramos o Laghetto original, mas ficou um sentimento de perda de crescimento - conta Ghisleni. Em 2008, o Toscana, que era administrado pela GJP, passou para a gestão dos dois sócios, com 107 apartamentos - 10 a mais do que o primeiro.
- Fizemos muito bem a operação, ganhamos dinheiro, os investidores duplicaram os rendimentos. Começamos a ser vistos como bons administradores - observa.
Incorporaram mais dois, o Siena e o Viena. Começava a se formar uma pequena rede.
Maturidade da gestão
Entre 2012 e 2013, chegou a hora de sair de Gramado. Os sócios assumiram um hotel em Bento Gonçalves e outro em Porto Alegre, ambos do mesmo grupo de investidores.
- Já não éramos mais só um hotelzinho em Gramado. Precisávamos projetar o futuro, fazer uma central de reservas, ter uma administração centralizada. Tomamos a decisão de ser uma bandeira e ter uma posição de mercado importante - diz Ghisleni.
Investimento no tijolo
Para chegar a 25 hotéis até 2020, a Laghetto vai lançar, até o final do ano, outro hotel em Porto Alegre, em parceria com a Goldsztein Cyrela, nos altos do bairro Higienópolis, e já comprou um terreno em Luís Eduardo Magalhães (BA). Depois de pagar R$ 1,7 milhão pela área em agosto de 2014, já recebeu oferta para vender pelo dobro, mas até agora Ghisleni tem resistido:
- Se chegar a um valor irrecusável, a gente vende.
Não há crise que ameace o projeto de crescimento, assegura o empresário:
- Apesar de tudo de ruim que temos visto e ouvido, o investimento no tijolo ainda é melhor do que deixar no banco. E é uma garantia de que, passada a tempestade, vai estar valendo mais.