Daegu, Coreia do Sul
Participantes do 7º Fórum Mundial da Água, realizado na cidade sul-coreana de Daegu, entendem que elevar o preço da água pode ser uma forma de limitar o uso do líquido. A afirmação acompanha o que aponta relatório das Nações Unidas, publicado no fim de março, que pede mudança radical no consumo e na gestão desse recurso para evitar "déficit global de 40% até 2030".
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A ideia de aumentar o preço da água é, para muitos especialistas, a única maneira de resolver o problema já que consumidores acostumados a preços subsidiados se tornam mais responsáveis quando sentem o bolso pesar.
- Quando o preço de um produto é artificialmente baixo, tendemos a consumi-lo mais, a desperdiçá-lo - diz Angel Gurria, da secretaria-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Um aumento das tarifas também serviria para financiar a manutenção das redes de distribuição que, em péssimo estado de conservação, provocam desperdício.
No entanto, Ger Bergkamp, diretor-executivo da Associação Internacional da Água (IWA), garante que não é possível aumentar as taxas sem provocar consequências sociais diretas, já que o acesso à água é considerada um direito.
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- É preciso agir de maneira vigorosa com os preços para que se consiga uma mudança factível de comportamento. Mas se alguém dissesse "então, vamos multiplicar os preços por 10", ocorreria uma revolução - pondera.
As ONGs que trabalham no acesso à água potável estão conscientes da importância de tarifas na gestão desse ativo, mas se preocupam com os riscos de discriminação.
- A água é um direito, assim como é a alimentação - compara Catarina de Albuquerque, vice-presidente da organização Água e Saneamento para Todos (SWA, na sigla em inglês). - O grande desafio é conseguir um equilíbrio entre custo e preservação do recurso - acrescenta.
*AFP