Com alta superior a 2%, o dólar comercial ultrapassou a barreira de R$ 2,80 nesta terça-feira e atinge o maior valor desde novembro de 2004. Próximo do meio-dia, a moeda era cotada a R$ 2,8366 logo após às 15h.
Especialistas atribuem a alta não só ao escândalo da Petrobras e às ameaças de racionamento de água e luz, mas também à instabilidade na Grécia. Com as incertezas, os investidores procuram investimentos mais seguros, o que amplia a procura pela moeda americana.
Na segunda-feira, o dólar já havia se aproximado da barreira de R$ 2,80, mas fechou a R$ 2,777, com queda de 0,03%. Era o maior valor desde 9 de dezembro de 2004, quando a moeda encerrou a R$ 2,780.
Apesar de ter iniciado o dia em alta, a Bolsa de Valores de São Paulo passou a registrar índice negativo no começo da tarde. A queda atingia 0,75% às 15h. As ações da Petrobras chegaram a ter um recuo de até 2,28%.
Grécia discute renegociação da dívida
A situação não tem perspectivas nada animadora em função das dúvidas com relação à economia grega. Comissão Europeia expressou nesta terça-feira seu ceticismo sobre um possível acordo esta semana com a Grécia, cujo programa de ajuda será concluído no fim do mês, anunciou um de seus porta-vozes. Os gregos buscam a renegociação da dívida com credores internacionais.
- Há poucas expectativas de se obter um acordo final amanhã (quarta-feira, na reunião do Eurogrupo) ou na cúpula europeia (de quinta-feira, em Bruxelas) - afirmou uma porta-voz do Executivo europeu, Mina Andreeva.
O líder do partido nacionalista de direita, Panos Kammenos, que integra o novo governo grego, declarou na segunda-feira que a Grécia tem outro plano, caso não consiga um acordo financeiro de emergência com a União Europeia.
- O plano B será obter um financiamento do outro lado, que poderia vir dos Estados Unidos, Rússia, China ou outros países - disse Kammenos.