De uma porta fechada nasceu o aplicativo vendido na quarta-feira por US$ 19 bilhões. Em 2009, Jan Koum e Brian Acton bateram na porta do Facebook em busca de emprego, mas foram rejeitados pela empresa de Mark Zuckerberg. Acabaram investindo na ideia de um programa para mensagens instantâneas. Criaram então o WhatsApp, o mesmo aplicativo pelo qual Zuckerber vai desembolsar uma pequena fortuna (veja o quadro abaixo) para comprar.
Assim que assinaram o negócio, os sócios entraram automaticamente na lista de bilionários. A Forbes estima que o negócio rendeu cerca de US$ 6,8 bilhões para Koum, o grande mentor do aplicativo, que detinha 45% da empresa, e pelo menos US$ 3 bilhões para Acton, que entrou no negócio nove meses depois do lançamento e tinha cerca de 20% das ações.
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Os dois criadores do WhatsApp são ex-empregados do Yahoo. Acton ficou de 1996 a 2007 na companhia, chegando ao cargo de diretor de engenharia. Koum entrou em 1998 e permaneceu até 2007, "fazendo coisas para Filo (David Filo, cofundador do Yahoo)", segundo seu perfil no LinkedIn. Quando saíram de lá, tiraram um ano sabático para viajar pela América do Sul.
Na quarta-feira, Zuckerberg fez o maior negócio da história no setor recente comprando o aplicativo dos dois amigos. Anteriormente, o Facebook já havia adquirido o Instagram - rede social para publicação de fotos e vídeos - por US$ 1 bilhão e tentado comprar o Snapchat - aplicativo para troca de imagens - por US$ 3 bilhões.
Outro gigante da tecnologia, o Google também vem comprando startups ascendentes nos últimos anos: depois do YouTube, adquirido em 2006 por US$ 1,6 bilhão, e do Android, por US$ 50 milhões em 2005, a empresa fechou negócio com a Motorola por US$ 12,5 bilhões, em 2011, mas acabou vendendo a gigante das telecomunicações por um quarto do preço.
O modelo de negócios do Google, no entanto, é diferente daquele adotado pelo Facebook. O primeiro se baseia na venda de informações sobre os usuários. Já a galinha dos ovos de ouro do segundo é a forma exponencial com que as informações compartilhadas na rede social são distribuídas.
Transações milionárias da tecnologia incluem a aquisição do Vine pelo Twitter por US$ 30 milhões, e as operações que o Yahoo fechou com Flickr (US$ 35 milhões) e Tumblr (US$ 1,1 bilhão) e a compra do Skype pela Microsoft em 2011, por US$ 8,5 bilhões.