A produtora Naughty Dog ficou famosa com a série Uncharted no PlayStation 3. E os três jogos parecem ensaio para The Last of Us, o final do seu ciclo com o console. Isto não é observado apenas no esmero visual, mas sobretudo nos cuidados com o narrativa.
O jogo consegue provocar tensão não por suas criaturas assustadoras, mas pelo clima de preocupação permanente. Ao contrário de games similares, neste você pensa se vale a pena gastar uma bala com um inimigo - como em Uncharted, tente acertar a cabeça - ou escapar pelo ambiente sem confronto.
A premissa lembra um pouco o filme Filhos da Esperança e o jogo trata de deixar ela menos clichê do que o esperado. Após uma praga contaminar parte dos Estados Unidos, as cidades acabam divididas em áreas protegidas da infestação e territórios livres. Mesmo sob controle, algumas pessoas lutam contra a situação atual. Joel e Tess vivem do tráfico de armas e acabam diante de uma missão, levar a jovem Ellie até um grupo de rebeldes.
Outro aspecto bem interessante é o modo como o terror acaba encaixado com um ritmo de aventura. Não é apenas sobreviver no horror, mas aprender cada ambiente com rapidez e decidir se vale explorar para encontrar itens ou seguir adiante. Assim, mesmo quem não encara jogos como Resident Evil pode entrar no clima.
Tecnicamente, algumas decisões de design facilitam bastante na fluidez. Mesmo com cenários diferentes, não é difícil achar a rota certa. O recurso das plataformas e canos amarelos característicos de Uncharted está aqui, desta vez também com a facilidade para notar quem é preciso seguir em momentos de fuga acompanhado. A forma como o jogo mostra opções usa o mínimo possível da tela, com uma interface enxuta e precisa.
Exclusivo do PlayStation 3, The Last of Us é presença garantida nas listas de melhores jogos do console, disponível nas lojas por R$ 149,90.