Marca conhecida por atravessar regiões do Rio Grande do Sul transportando passageiros, a empresa de ônibus Ouro e Prata é uma das companhias do grupo que recentemente começou a operar os catamarãs na travessia fluvial Porto Alegre-Guaíba. Não deixa de ser uma coincidência, mas, no mesmo dia em que foi deflagrada a II Guerra Mundial, 1º de setembro de 1939, Willy Fleck inaugurou, em Crissiumal, uma empresa de transportes de passageiros e cargas para atender à região Noroeste do Estado.
A pequena frota enfrentava dificuldades diárias, especialmente pela precariedade das estradas da época, que ficavam praticamente intransitáveis em dias de chuva. Travessias maiores levavam dias. E o conflito internacional teve reflexos na atividade, devido à falta de combustível. Fleck ficou sabendo que uma empresa da Capital havia desenvolvido equipamentos movidos a gasogênio e decidiu utilizá-los nos veículos. Foi a salvação.
Aos poucos, o negócio foi adquirindo robustez, ao ponto de provocar a mudança da sede, para Três Passos, na metade dos anos 1940. No início da década seguinte, incorporou uma concorrente e passou a adotar o nome Viação Ouro e Prata. Mais ou menos nessa época, o irmão de Willy, Raimundo, também virou sócio.
- Naquele tempo, as dificuldades eram muito grandes, basicamente pela falta de asfalto. Muitos empreendedores acabaram ficaram pelo caminho - afirma Hugo Fleck, filho do fundador e atual diretor-presidente da companhia.
Grupo também tem negócios no Pará
Com a chegada à Capital e a aquisição da Rainha da Fronteira, companhia que fazia rotas na região da Fronteira Oeste, a empresa de Fleck firmou-se no mercado. Aos poucos, beneficiada pela melhoria e pela construção de novas rodovias, foi ampliando a quantidade de rotas, que hoje são mais de 20% do total do Estado.
Em 2006, a Ouro e Prata adquiriu a empresa Tapajós, no Pará, e começou a operar linhas rodoviárias e hidroviárias na região do Rio Amazonas. Com cerca de 40 ônibus e 13 barcos no Norte do país, o grupo gaúcho tem uma das linhas rodoviárias mais longas dentro do território brasileiro: a rota Porto Alegre-Santarém (PA), com 4,4 mil quilômetros de extensão e dois horários diários.
- Enxergamos naquela região uma boa oportunidade de negócios - observa Fleck.
No segmento hidroviário, o grupo também é responsável, no Rio Grande do Sul, pela travessia Porto Alegre-Guaíba, por meio dos catamarãs da empresa CatSul, outro braço do grupo. Atualmente, são dois barcos, mas um terceiro deverá ingressar na rota em breve. O veículo está sendo produzido no próprio estaleiro da empresa, na Ilha dos Marinheiros, na Capital.
A meta é de que os próximos barcos para as duas regiões atendidas sejam fabricados em solo gaúcho. Além disso, com a importação de tecnologia dos EUA e da Nova Zelândia, a Ouro e Prata pretende fabricar barcos de qualidade internacional em dois anos.
A preocupação com o bem-estar dos passageiros é um dos principais objetivos da empresa, que aplicou, no ano passado, cerca de R$ 30 milhões para a renovação de 25% da frota. Com isso, o tempo médio de uso dos veículos não supera os 3,5 anos. No total, a empresa conta com 220 ônibus.
Além das salas VIPs espalhadas em rodoviárias gaúchas, a companhia investe no serviço premium, direcionado para quem viaja a trabalho. Os ônibus oferecem poltronas mais espaçosas e conexão internet Wi-Fi.
- Mais do que qualquer coisa, é muito importante ter internet de qualidade dentro dos veículos, para que todos possam escolher seu próprio entretenimento, ou mesmo para trabalhar - salienta.
Outra preocupação é com a qualificação dos funcionários, especialmente dos motoristas. Por meio de uma escola própria, a empresa investe em treinamento para que os profissionais entendam as necessidades dos passageiros e auxiliem no uso das novas tecnologias a bordo.
O Rio Grande que dá certo
Viagens por terra e água com a Ouro e Prata
Marca é conhecida por atravessas regiões do Rio Grande do Sul transportando passageiros
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