O Banco Central Europeu (BCE) não tem "tabus" ligados à ajuda às economias da zona do euro, que devem começar a se recuperar lentamente no fim deste ano, disse o presidente da instituição, Mario Draghi, em entrevista publicada na edição deste sábado do jornal Le Monde.
Draghi afirmou que a zona do euro vai evitar entrar em recessão, embora "desde o início do ano a deterioração da economia que nós temíamos vai, em parte, tornar-se realidade". "A situação piorou gradualmente, mas não ao ponto em que vai levar todas as economias da zona do euro para a recessão", disse, segundo o jornal. "Ainda acreditamos em uma recuperação gradual no fim deste ano ou no início do próximo", afirmou, observando que o alívio nas taxas de juro do BCE no fim do ano passado e neste mês vai começar a ser sentido. "Estamos bastante abertos e não temos tabus" ligados à tomada de ações para ajudar na recuperação econômica, disse Draghi. "Reduzimos as taxas de juro abaixo de 1% porque esperávamos que a inflação ficasse perto ou abaixo de 2% no começo do próximo ano. Agora, provavelmente, isso vai ocorrer antes do fim deste ano", afirmou, acrescentando que o BCE está também preparado para agir se identificar um risco de deflação.
Draghi disse que o papel do BCE está aumentando e agora engloba a defesa do euro, uma vez que a moeda precisa lidar com circunstâncias extraordinárias, entre elas déficits públicos elevados, falta de competitividade e desequilíbrios insustentáveis. Ele afirmou categoricamente que o futuro do euro "absolutamente não" está em questão. As informações são da Dow Jones.