Palestrantes do quarto painel do 25º Fórum da Liberdade, Álvaro Vargas Llosa e Alberto Mingardi falaram sobre as Lições do Mundo para o Brasil - e apontaram algumas caminhos que o país deve e não deve seguir para chegar ao desenvolvimento almejado.
O primeiro a falar foi o escritor, jornalista e investidor Álvaro Vargas Llosa, destacando a impaciência do Brasil de querer ser visto como potência antes mesmo que os cidadãos se sintam habitantes de uma. O país está em um bom momento de projeção econômica e política, segundo Llosa, com desempenho exportador e força do mercado interno. Mas ainda há problemas, como o peso do gasto público, na avaliação do investidor:
- Há uma tendência no Brasil, a cada vez que se percebe déficit comercial com uma nação, de adotar uma reação protecionista - apontou Llosa.
Um dos caminhos apontados por Llosa para não precisar de barreiras de proteção ao mercado é investir mais em inovação. Segundo ele, na estrada para o desenvolvimento, o Brasil se encontra na metade do caminho:
- Um país que aspira a ser potência tem que ter uma participação muito maior no mundo da investigação tecnológica - defende Llosa.
O debate seguiu com o diretor do Instituto Bruno Leoni e doutor em Ciências Políticas pela Universidade de Pavia (Itália), Alberto Mingardi, destacando os problemas enfrentados pela Europa, e como o Brasil deve fugir desses obstáculos.
- Com nações, assim como indivíduos, é muito doloroso se tornar pobre quando você era rico. E é isso que acontece no meu país - diz Mingardi.
Segundo Mingardi, a moeda única europeia nasceu já sob a luz de três problemas: não há regras claras para sair da zona do euro, os mercados de trabalho não são 100% integrados e, por fim, a falta de compromisso com as regras fiscais previstas já no tratado de Maastricht.
- Ninguém fala nas raízes do débito público. Parece que surgiu do nada, e não que foi produzido por anos de gastos. Todos aceitaram um pacto fiscal que ninguém está preparado para honrar - diz Mingardi.
Provocando risadas da plateia, Mingardi brincou que uma das lições da crise é:
- Se o Brasil for convidado a se juntar a UE, não aceite.
Para Mingardi, este é o momento para os políticos aprenderem com a crise e buscar um modelo diferente de gastos públicos para evitar o superendividamento.
25º Fórum da Liberdade
Inovação é ferramenta para tornar o Brasil um país desenvolvido
Palestrantes falaram sobre a diminuição de gastos públicos e investimentos em tecnologia
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