O aparecimento da febre aftosa no Paraguai deu início, na quarta-feira, a uma operação de emergência para evitar o risco da doença no Estado. Por tempo indeterminado, equipes da Secretaria de Agricultura, com apoio do Ministério da Agricultura e da Brigada Militar, vão vistoriar propriedades do noroeste, região de fronteira com a Argentina e local mais próximo do Paraguai.
Pecuarista na região novamente afetada pela doença do gado, o presidente da Associação Rural do Paraguai, Juan Néstor Nuñez, assegurou em entrevista por telefone a Zero Hora que o país não tem novos casos da doença. Confira:
Zero Hora - Por que ocorreu esse novo foco?
Juan Néstor Nuñez - Vacinamos na região 600 mil cabeças, terminou tudo bem, mas o que chamou a atenção foi que um comerciante, não um produtor, não terminou a vacinação porque teria 154 cabeças em seu sistema de informação, mas apresentou 131. A vacinação foi feita pelo serviço oficial. Encontraram 23 animais a mais não vacinados. É um comerciante que negocia gado. Precisamos saber como apareceram esses animais. Então, se interditou a fazenda e foram feitos os exames.
ZH - É possível assegurar que não há outros focos?
Nuñez - Podemos dizer, com segurança, depois que tudo o que fizemos, o setor privado e o serviço sanitário, que em todo o resto do país não temos problema a não ser esse foco, que apareceu muito perto de Santa Helena (propriedade onde apareceu o foco de setembro). Buscamos transparência em nível internacional.
ZH - Qual é a cobertura vacinal do Paraguai?
Nuñez - Temos 97% de vacinação oficial. Temos nosso sistema de informação e o do serviço veterinário. Fazemos um controle cruzado para que não fiquem dúvidas.
ZH - O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) faz bom trabalho ou não?
Nuñez - Aí está a questão. Eles levantaram a zona de emergência e poucos dias depois apareceu o novo foco. A única forma é a articulação público-privada, para que eles se capacitem e ditem as normas necessárias da parte técnica e sanitária. Nós administramos os recursos que estabelecemos, por lei, a partir de um percentual por animal vendido, para poder financiar tudo o que Senacsa pensa fazer conjuntamente conosco. Por isso estamos avançados no sistema de rastreabilidade. O problema que ocorreu agora foi detectado por esse sistema de informatização.
Veja localização aproximada do foco da doença no Paraguai e a localização das barreiras fixas no RS para impedir a entrada da aftosa:
Em linha do tempo, relembre a cronologia do combate à febre aftosa: