Em até três semanas deve ocorrer um desfecho positivo para a crise da Grécia, o que deve fazer com que caia a volatilidade no mercado de câmbio no Brasil, a ponto de levar a cotação para um patamar mais apreciado, que deve fechar em R$ 1,65 no final do ano, afirmou o economista-chefe para América Latina do banco HSBC, André Lóes.
Segundo ele, esse cenário tem como hipótese principal que as autoridades daquele país conseguirão realizar uma reestruturação da dívida capaz de evitar um colapso junto aos credores, que eventualmente culminaria num default soberano.
- Neste contexto, a volatilidade da cotação do real ante o dólar vai diminuir de forma expressiva e o movimento do câmbio deve voltar a se normalizar - comentou.
Para Lóes, o movimento internacional de investidores à busca de ativos seguros e com baixo risco deve diminuir as variações mais abruptas do câmbio nas próximas semanas.
- Como já está ocorrendo o flight to quality há algum tempo, fica menor o potencial de oscilações bruscas dos valores de ativos relativos ao Brasil, como o câmbio - destacou. - Além disso, nos últimos dias ocorreu um movimento de investidores institucionais e sobretudo de exportadores que aproveitaram a cotação mais alta para fechar a cotação do câmbio num patamar mais favorável - disse.
Além de esperar que o câmbio chegará ao final do ano no patamar de R$ 1,65, ele estima que esta cotação será repetida no encerramento de 2012. No seu cenário, o Brasil não deve ser muito afetado pela crise internacional, pois estima que o dólar subirá 3,5% em 2011 e avançará 4% no próximo ano, enquanto a Selic deve encerrar este ano em 11% e atingir 10% no ano que vem.