É comum ouvirmos que o produtor recebe menos da metade do preço pago pelo consumidor. Para tirar essa dúvida, a equipe da revista Hortifruti Brasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) comparou o que é cobrado no supermercado por frutas e tubérculos e o valor embolsado pelo agricultor.
A conclusão é que afirmação é, de modo geral, verdadeira.
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O produtor fica com a menor parcela do valor final comercializado pelo varejo. Mesmo em produtos padronizados e embalados, a parcela do segmento produtivo de frutas, legumes e verduras das culturas pesquisadas não ultrapassa os 50%. O restante é dividido entre outros, como atacadistas e mercado. O comportamento não é exclusivo do setor.
A matéria-prima participa com baixo percentual na comparação à cadeia de valor gerada pela comercialização. Um dos fatores é o chamado custo Brasil: o país é competitivo no campo, mas pouco na industrialização e logística.
Veja a porcentagem que os agricultores recebem em média:
O transporte, de modo geral, apresenta custos elevados e aquém das necessidades – principalmente porque a logística predominante é, ainda, sem a cadeia do frio. No entanto, a participação do produtor no preço final ao consumidor é variável ao longo do ano, devido à sazonalidade de produção.
Ela sobe quando há falta de produto e cai quando há excesso de oferta. Além disso, quando o produto já é beneficiado, por exemplo, a participação do produtor no preço final se eleva.