O ano de 2023 chegou ao fim e as projeções para 2024 já estão a todo vapor. Para quem gosta de estar antenada e quer se antecipar no que será tendência no próximo ano pode começar a apostar na naturalidade na maquiagem e em produtos versáteis, a abraçar o consumo consciente na moda e expressar a sua personalidade sem neuras, além de repensar a forma de consumir conteúdos na internet e refletir sobre quem realmente influencia nas redes sociais.
Para compreender o que esperar de 2024, Donna convidou profissionais de temas sempre presentes por aqui, como a maquiadora e empresária Alice Salazar, a diretora e roteirista Iuli Gerbase, a consultora de estilo Pam Zottis, a cantora e apresentadora Shana Müller, a influenciadora digital Xuxa Pires e as jornalistas e comunicadoras Rodaika e Sara Bodowsky, para compartilhar observações em relação às suas respectivas áreas, proporcionando uma visão pessoal e profissional do que virá ao longo do ano.
Na maquiagem
Alice Salazar - Maquiadora, empresária e influenciadora digital
“As tendências sempre partem de uma necessidade da sociedade, e a mulher cansou de viver no desconforto. Como está sempre na correria do dia a dia, ela quer produtos que facilitem a rotina de beleza, que sejam fáceis de serem aplicados e que tenham resultados a curto prazo, mas esperando benefícios a longo prazo para a pele. O que observo que estará em alta na maquiagem em 2024: a make natural, que já estava sendo e continua como tendência; a pele bem hidratada e iluminada; produtos transparentes e multifuncionais, aqueles que podem cumprir várias funções ao mesmo tempo; na sobrancelha, é aquela bem penteada para cima, totalmente irregular; e o blush virá muito forte em tons rosados. Na Semana de Moda de Nova York, observei que o batom vermelho foi um grande destaque, e em Londres e Paris a tendência foi o batom escuro com o gloss por cima para trazer aquele aspecto de brilho do verão. E para quem gosta de delineador, ele vem das mais variadas formas e sempre com um toque pessoal. O que mais gostaria de ver no próximo ano é que as mulheres se deem conta de que se maquiando muito bem, elas conseguem ser mais poderosas para fazer as suas atividades diárias e que elas possam experimentar a sua melhor versão.”
No cinema
Iuli Gerbase - Diretora e roteirista
“Felizmente, espero várias produções brasileiras acontecendo. Com o novo governo, os fundos para a cultura voltaram e o mercado foi retomado. Um dos maiores desafios, no entanto, é alcançar o público e concorrer com filmes americanos nas salas de cinema. Também há bastante preconceito dos próprios brasileiros com o nosso cinema. Incentivos do governo para ajudar a criar uma ponte entre o cinema nacional e o público seriam muito importantes. Misturar gêneros – drama social com ficção científica, por exemplo – é uma tendência mundial atual, pois são maneiras interessantes de abordar assuntos complexos. E citaria duas diretoras que estão fazendo trabalhos interessantes – Juliana Rojas (As Boas Maneiras) e Anita Rocha da Silveira (Medusa) – que usam elementos de fantasia e horror de uma maneira muito contemporânea e envolvente.”
Na moda
Pam Zottis - Consultora de estilo
“Espero ver cada vez mais a valorização da individualidade, da própria essência e da sustentabilidade na moda. E não digo só pela escolha de materiais eco-friendly, mas pela promoção do consumo consciente. A busca por peças que expressem a personalidade de cada mulher tem aumentado e acredito que isso se intensificará. E espero que se entenda que não existe certo ou errado, existem vários estilos a seguir, de acordo com o modo de vida de cada pessoa. A necessidade de uma moda mais inclusiva e representativa é um desafio constante. Algumas peças aparecem bem fortes para 2024: modelos com franjas, aplicações de flores nos acessórios e nas roupas, rendas, transparência, cintos de correntes, detalhes artesanais e brilho, inclusive na moda praia. A minha principal dica é: só aposte numa tendência se fizer sentido para sua vida.”
Na comunicação
Rodaika - Jornalista e comunicadora
“A internet está em constante evolução e sabemos o quanto ela transforma o jeito que nos comunicamos. Tenho observado uma evolução na comunicação sobre o combate ao etarismo. É um assunto que me aproxima de tantas mulheres. Também tem um avanço no meio que impacta na forma. Ou seja, queremos mais em menos tempo. Nos acostumamos com o feed acelerado e superficial, mas este comportamento é cíclico, mesmo no ambiente digital. A minha impressão é de que logo teremos um equilíbrio maior entre conteúdos rápidos e aprofundados. Tenho preferência por produzir conteúdos que agreguem informação, sejam motivadores de hábitos positivos e, acima de tudo, que contem histórias sobre pessoas reais. Foi assim minha trajetória como comunicadora na TV por mais de 20 anos e é a isso que quero me dedicar em 2024.”
Na música
Shana Müller - Cantora, jornalista e apresentadora de televisão
“O desafio para o próximo ano é colocar a arte num lugar de importância na sociedade para ser valorizada como algo essencial, assim como a educação e a saúde. Quando se fala nas mulheres, enxergo várias frentes acontecendo, não só no RS, mas também no cenário nacional e até mesmo mundial, no entendimento de que elas precisam, por meio de projetos específicos, melhorar a sua participação em todos os âmbitos da sociedade, em especial na música. Neste ano, conseguimos retomar o Peitaço da Composição Regional e descobrimos que existe uma infinidade de artistas competentes dentro deste cenário regional. Então, 2024 pode ser um ano de consolidação deste espaço, entendendo que as mulheres têm qualidades e precisam ser valorizadas, além dessa equidade de oportunidades que ainda enxergo como algo muito difícil de atingir.”
Na influência digital
Xuxa Pires - Influenciadora digital
“O digital veio para ficar e o papel da influenciadora está cada vez mais profissional e importante. Aposto no influenciador orgânico. Aquele da vida real que comunica de acordo com a sua essência, com verdade e espontaneidade. O maior desafio é fazer com que as pessoas e as marcas grandes e pequenas entendam que a influência digital é uma profissão e não um hobby, embora exista muitos que exerçam o ofício apenas por exposição. A influência digital faz a economia girar movimentando não apenas o mercado de moda, mas qualquer segmento que se comunica com um conteúdo coerente. Aposto na comunicação com verdade e no ser humano. Já temos influenciadores de Inteligência Artificial e sinceramente não me agrada. Acredito no acolhimento humano, nos sentimentos e na troca real que podemos fazer uns com os outros.”
No turismo
Sara Bodowsky - Jornalista e comunicadora
“A área do turismo está no processo de reaquecimento depois da pandemia. Percebo um movimento bem interessante de retorno às viagens aéreas e internacionais, mas também de uma busca por um turismo de contemplação em lugares próximos da natureza e de espaços abertos. Vejo pelo interior do Estado que esses pequenos refúgios são opções muito bacanas, com casinhas no meio do mato, de sítios pequenos ou uma cabaninha com uma vista e com condições de conforto. As pessoas estão em busca destes momentos de desconexão para estar em contato com a natureza. O turismo de experiência vai continuar crescendo, que são em lugares que oferecem produtos artesanais, com tudo preparado no local, que trazem uma gastronomia afetiva. As redes sociais cresceram e, hoje em dia, são grandes indicadores de destinos de viagem, muito mais do que sites, revistas e newsletters.”