Em comemoração ao aniversário de 250 anos de Porto Alegre, completados neste 26 de março, convidamos cinco mulheres que tecem suas biografias junto às ruas, praças, museus e restaurantes da cidade para revelar os lugares que mais gostam de frequentar e as recordações que guardam deles. Ao mesmo tempo em que contam sobre suas experiências e memórias, as entrevistadas Fernanda Carvalho, Loma Pereira, Lu Gastal, Patrícia Parenza e Tânia Carvalho compartilham seus endereços favoritos para programas culturais, refúgios românticos e até mesmo onde tomar um bom drinque. A lista vai de locais clássicos, como a Redenção e a efervescente Cidade Baixa, a pontos que ganharam destaque recentemente, como os bares do Quarto Distrito e a Orla do Guaíba revitalizada.
Loma Pereira
Transitando pelas músicas popular e tradicionalista do Rio Grande do Sul, a cantora Loma Pereira tem uma trajetória que soma mais de 40 anos. Pelo conjunto de sua obra, foi a artista homenageada do Prêmio Açorianos de música em 2019 e, em 2021, reconhecida por sua contribuição ao movimento tradicionalista gaúcho com a Medalha Honeyde Bertussi. Loma nasceu em Recife, mas veio para a Capital ainda bebê e lançou aqui seu primeiro LP, de forma independente. Hoje, aos 67 anos, quando não está na estrada a trabalho, curte sua casa, no bairro Auxiliadora, e gosta de dar um passeio perto das águas do Guaíba.
Faz parte da sua memória afetiva
Algo marcante para mim é o Auditório Araújo Vianna. Foi naquele palco, aos 12 anos, que eu decidi que seria cantora.
LOMA PEREIRA
Cantora
Algo marcante para mim é o Auditório Araújo Vianna, que eu curti mesmo antes de ser coberto. Foi naquele palco, aos 12 anos, que eu decidi que seria cantora. Eu fazia parte do coral da escola Jesus de Nazaré e nos apresentávamos em programas infantis na TV. O maestro da OSPA Pablo Komlós assistiu um episódio desses e nos convidou para cantar duas canções em italiano para a ópera Aida. Lembro que, sem dinheiro para ônibus, a criançada vinha do Menino Deus, atravessava a Redenção e chegava ao Araújo. Chegando lá, era a missão colocar figurino naquele monte de crianças. Nunca vou esquecer daquele momento, da orquestra e da plateia lotada - e quem ia à ópera era a high society, com casacos de pele para se esconder do frio, naquele céu estrelado. Cantar com o coral foi muito emocionante.
Onde leva um amigo de fora para apresentar a cidade
Levo à orla do Guaíba, que está maravilhosa. Ali tem o restaurante 360, onde as paredes e o piso são de vidro, dá para ficar vendo a água bater. É absolutamente maravilhoso, tem que conhecer. Antes de chegar, tem um barzinho em um deck, muito agradável, bom para tomar um chope e comer um petisco.
Um refúgio romântico
As massas de água me atraem, por isso eu acho a praia de Ipanema muito romântica. Cansei de passear com meu marido por lá, sentar num banquinho e pousar os olhos no horizonte do Guaíba. É muito legal. Também é tudo de bom levar um chimarrão e ficar na praia.
Onde praticar atividade física ao ar livre
Gosto do Parcão (Parque Moinhos de Vento), onde dá para fazer uma caminhada tranquila, é muito arborizado. E ainda tem um lago maravilhoso com tartarugas, patos, a representação de um moinho.
Onde os porto-alegrenses são mais porto-alegrenses
Na feira da Colmeia, na José Bonifácio, em frente ao Monumento ao Expedicionário da Redenção. Ela acontece aos sábados e tem produtos sem agrotóxicos. São sempre frutas e verduras da época, que eu prefiro. Todo mundo se encontra nessa feira, que é antiga. É uma coisa pitoresca, tem músicos, movimento, várias coisas diferentes acontecendo. Nessa mesma rua, no domingo, tem o Brique, a feira de artesanato, que sempre tem artistas e humoristas, como "o homem do gato", teatro de bonecos. É o lugar mais tradicional de Porto Alegre.
Tânia Carvalho
O primeiro encontro da jornalista Tânia Carvalho com Porto Alegre aconteceu há 70 anos, quando, ainda criança, se viu deslumbrada com a imensidão da cidade. Vinda de Bagé, foi estreitando cada vez mais os laços com a capital gaúcha ao estudar no colégio Júlio de Castilhos e, anos depois, deixando sua marca na memória local, como a primeira mulher a ocupar a bancada do Jornal do Almoço. Tânia, que completa 80 anos em dezembro, se descreve como uma "senhora quieta, que lê muito e adora ficar em casa com o marido e os netos", mas que também aproveita bastante o lugar onde mora.
Cartão-postal preferido
Eu enxergo o Mercado Público como o cartão-postal de Porto Alegre, acho ele o máximo. Lá, faço compras e gosto muito de almoçar no Gambrinus. Gosto muito das coisas da banca do Holandês, dos frios, bacalhau, essas coisas todas. O melhor é passear, sentir aquele aroma das especiarias, das frutas, aquele cheiro do Mercado pelo qual tenho paixão - embora muita gente não goste.
Faz parte da memória afetiva
Conheci o Parque da Redenção aos 10 anos. Foi um dos primeiros lugares onde fui quando vim de Bagé e fiquei impressionada com aquela praça imensa, onde eu tinha medo de me perder da minha mãe. Na minha memória de infância, a Redenção era uma floresta gigantesca. Lembro de ver a escultura do menino pelado fazendo xixi, e de não saber se eu podia olhar. E, ao mesmo tempo, foi uma descoberta, pois eu nunca tinha visto aquilo, não tinha irmãos. A imaginação de uma criança de 10 anos voa, eu fiquei muito desconcertada. Depois, adolescente, eu costumava visitar a Redenção, porque era pertinho de onde eu morava, no Bom Fim, e da Avenida Osvaldo Aranha, onde eu pegava o bonde para ir para a escola.
Um refúgio romântico
Meu marido e eu nos casamos em outubro de 1981, então completamos 40 anos no ano passado. Nosso refúgio é a nossa casa e o nosso bairro, o Moinhos de Vento. Gostamos muito dos restaurantes nos arredores, ás vezes saímos para jantar no Press ou no Dionísia. São lugares em que a gente vai a pé para fazer uma refeição.
Sempre que subo ao café do primeiro andar, lembro da mesa onde a Eva (Sopher) e eu sentávamos para tomar um vinho e comer uma quiche antes do espetáculo.
TÂNIA CARVALHO
Jornalista
Melhor programa cultural
Eu adoro quando tem espetáculo que me agrade no Theatro São Pedro. Ele mora no meu coração, pois tenho lindas memórias do tempo em que fui presidente da Associação dos Amigos do Theatro São Pedro, nos anos 1980. Eu trabalhava lá quase todas as tardes, de forma voluntária, divulgando espetáculos, mandando convites para as pessoas se associarem. Também tinha a convivência diária e maravilhosa com a Eva Sopher. Eu adorava ir à sala dela, que na época era no último andar, em cima do palco. Era pequenininha, o maior charme, onde a gente trocava ideias. O teatro é especialíssimo para mim e sempre que subo ao café do primeiro andar, lembro da mesa onde a Eva e eu sentávamos para tomar um vinho e comer uma quiche antes do espetáculo.
Ideal para um happy hour com as amigas
Há um restaurante na Dinarte Ribeiro, a Vineria 1976, que gosto muito. Tem de tudo - carnes, peixes, frutos do mar, e há um jardim enorme na parte de trás, que é muito bonito. Mas qualquer lugar da Dinarte e da Padre Chagas é bom para um happy hour.
Onde os porto-alegrenses são mais porto-alegrenses
A cara de Porto Alegre é o Gre-Nal, não importa se no estádio do Grêmio ou do Inter - embora eu prefira ir ao Beira-Rio, já que colorada sou.
Patrícia Parenza
Patrícia Parenza se apresenta no Instagram como uma "cinquentona envelhecendo sem pirar". Como influenciadora, no entanto, ela vai muito além. Com pelo menos 66 mil seguidores na rede social, conversa sobre diversos temas, incluindo maturidade, autoestima e viagens. Já nas páginas e no site de Donna, o bate-papo é fashion, na coluna "As Patrícias", que assina junto com Patrícia Pontalti. Natural de Caxias do Sul, Patrícia Parenza veio para Porto Alegre na adolescência, motivada pela carreira de modelo. Hoje, comanda a Estação Filmes, que atua na produção de comerciais de TV e vídeos institucionais.
Faz parte da memória afetiva
Vim para Porto Alegre aos 15 anos e é dessa época a minha maior memória afetiva, no Bar Ocidente. Foi ele que me abriu as portas da vida, me fez entender que existia um mundão disponível. Ali eu vi o primeiro casal de homens se beijando, dancei, fiz amigos e descobri bandas incríveis. Também foi onde me conectei com a classe artística, conheci os bailarinos do Baletto, que era um grupo de dança com quatro homens só de tapa-sexo. Fiquei vidrada, pensei "gente, que coisa incrível, que gente moderna, que espetáculo!". Eu já era rebelde, até por isso piquei a mula de Caxias. Vivi esse momento de uma geração que fez Porto Alegre acontecer na música, na arte, e foi incrível. Se pudesse, colocaria um totem em frente ao Ocidente porque é um lugar democrático, um marco na história cultural da cidade.
Onde leva um amigo de fora para conhecer a cidade
Eu levo meus amigos para dar um passeio na Orla do Guaíba, parando na Fundação Iberê Camargo. Acho o Iberê a coisa mais incrível, é um marco da cidade com a arquitetura do português Álvaro Siza, um cara genial. A curadoria do Iberê também é incrível e sempre tem exposições muito legais.
Um refúgio romântico
Um deles é o jardim do Dmae, que tem um estilo francês. Ótimo para ir durante a semana - pois no fíndi é muito cheio -, levar um vinho ou espumante e fazer um piquenique. Outro lugar público e que muitas pessoas não conhecem é o jardim japonês da praça Praça Província de Shiga, um refúgio fantástico no meio da cidade. Eu sou uma amante da natureza, preciso dela para acalmar a aminha alma, por isso sempre vou tentar estar perto dela.
Melhor programa cultural
A Noite dos Museus, que ocorre só uma vez por ano - e vai voltar em maio -, mas é espetacular. Tu podes fazer um tour pelos museus e centros culturais da cidade. Ao redor do Farol Santander, do Museu dos Correios e do Margs fica uma galera na rua. São montadas barraquinhas, onde dá para beber um vinho, uma cerveja, ficar conversando, e tem shows gratuitos. É uma festa com o melhor que Porto Alegre tem a oferecer. Já levei meu filho de 13 anos a duas edições e ele se divertiu muito, viu coisas que nunca tinha visto. É um passeio para todas as idades e não há medo, pois, quando os espaços são ocupados, eles ficam seguros.
Para praticar atividade física ao ar livre
Faço caminhada na praia de Ipanema, na Zona Sul. É uma delícia andar desde a primeira rua que dá acesso à orla - onde tem um coletivo que realiza uma feirinha orgânica - até os Arcos de Ipanema.
Pegar qualquer pedacinho de gramado e ser feliz, sem precisar gastar tanta grana, é a cara da cidade.
PATRÍCIA PARENZA
Jornalista
Ideal para um happy hour com as amigas
Passei a frequentar o Cais Embarcadero e considero fenomenal. É uma benção, pois tem o Guaíba misturado a várias opções de lazer, como o terraço do Eat Kitchen, que conheci em um final de tarde em que um DJ tocava, com a possibilidade de dançar vendo o rio. Pô, aquilo ali me pegou, fiquei com vontade de voltar. Também sou apaixonada pelo Press, faço happy hour com amigas lá direto. É na beira do lago, de frente para o pôr do sol. A gente pode parar e ficar vendo aquela bola vermelha caindo na água. No restaurante tem espumante, drinks deliciosos e um pastel de massa caseira de comer de joelhos.
Onde os porto-alegrenses são mais porto-alegrenses
Na praça em frente à Usina do Gasômetro, onde fica o antigo Aeromóvel. Aquilo ali é "mais Porto Alegre, impossível", porque um grupo de pessoas tomou conta da praça, a tornou segura, viável e feliz. Pegar qualquer pedacinho de gramado e ser feliz, sem precisar gastar tanta grana, é a cara da cidade. E, claro, a Orla do Guaíba revitalizada como um todo está espetacular. É um orgulho, mostra que a gente quer estar próximo à natureza e usufruir da cidade.
Fernanda Carvalho
Durante as primeiras duas décadas de sua vida, a jornalista Fernanda Carvalho experimentou uma rotina quase nômade, em função das mudanças de endereço exigidas pela profissão do pai, que é militar. E depois de passar por diferentes lugares, desde o Distrito Federal até o Pará, ela decidiu que jogaria sua âncora na terra natal, Porto Alegre.
— Me dei conta de que, de todos os locais por onde passei, o único onde construí um lugar para voltar foi Porto Alegre — diz. Aos 41 anos, Fernanda atua como repórter da RBS TV. Nas horas vagas, acompanhada da família, curte degustar as criações dos diversos mestres cervejeiros da cidade.
Cartão-postal preferido
Lembro muito de ver o Laçador quando estávamos chegando perto da cidade: era aquela sensação de alívio, de 'tô chegando em casa'.
FERNANDA CARVALHO
Jornalista
Quando eu era criança, a gente costumava vir de carro de Brasília para passar as férias com a família da minha mãe. Eu lembro muito de ver o Laçador quando estávamos chegando perto da cidade: era aquela sensação de alívio, de "tô chegando em casa". As viagens eram longas e, embora a gente viesse curtindo e fazendo paradas, no terceiro dia já estávamos ansiosos para chegar. Esse é meu cartão-postal. E é interessante que, quando o Laçador foi retirado para a restauração, no ano passado, coube a mim fazer a matéria. Nunca imaginei que, tantos anos depois, poderia chegar perto, tocar nele. Foi bem emocionante.
Faz parte da memória afetiva
A Redenção. Nos meus primeiros anos de vida, meu pai nos levava à Redenção aos domingos. Era aquela coisa de pegar filhos, cachorro, primos para ir junto. Era uma curtição, íamos nos pedalinhos, caminhávamos. Tem um vídeo gravado pelo meu pai quando eu tinha nove anos, em que me apresento, dizendo "Tô aqui na Redenção, com a minha irmã, com o meu cachorro", fingindo que fazia uma entrada ao vivo para a TV. Esse vídeo dá uma sensação de "início do sonho/ deu tudo certo". Hoje em dia, gosto de ir à feirinha e ao Brique, passo por lá de vez em quando.
Um refúgio romântico
Pedi ajuda ao meu marido para responder essa pergunta e ele disse que "lugar romântico é onde a gente está". Mas um lugar que tem muito a nossa cara é a Vila Flores. Acho que hoje, se fosse ter um primeiro encontro com alguém, iria ali, pois tem uma vibe muito legal. Fica no bairro Floresta, é uma vilinha com espaços ocupados por ateliês, cafés, um galpão onde se faz eventos de roda de conversa, tem feirinha. É pet-friendly - dá pra ir com o animal de estimação -, tudo muito bonitinho, colorido, pois cada morador cuida muito bem do lugar. É cheio de significado, cada detalhe, cada banco tem uma história.
Melhor programa cultural
Sou apaixonada pela Casa de Cultura Mario Quintana. É um dos meus lugares preferidos da cidade. Tem jardim, cinema, exposições variadas. Acho que é um lugar muito marcante, ainda mais por ser no centro e gratuito. Acredito que muita gente passa em frente e não imagina a quantidade de coisas que tem lá dentro.
Descoberta mais recente em Porto Alegre
Como boa cervejeira que sou, me apaixonei pelo Quarto Distrito. Comecei a ir um pouco antes da pandemia, pois meu marido é muito alternativo para essa coisa de música e conhecer sons diferentes, que ainda não estão bombando. Começamos a ir ao Bar Agulha, que adorei desde a primeira vez que fomos, quando o FestiPoa Literária ocorreu. Do Agulha, fomos expandindo para outros bares ótimos, com espaços abertos. A descoberta mais recente é o 4Beer, onde provamos várias cervejas. Torço para que aquela região vire o que parecem estar pretendendo, um lugar bem cuidado e boêmio.
Lu Gastal
Porto Alegre e Lu Gastal fazem aniversário no mesmo dia: no 26 de março. Enquanto a Capital faz 250, a artesã completa 51 anos de idade, este ano.
— Isso foi algo bem especial para mim, quando cheguei a Porto Alegre, em 2011, vinda de Brasília sem conhecer praticamente ninguém. Me deu uma sensação de pertencimento àquela cidade gigante saber que eu faço aniversário no mesmo dia que ela. É uma bobagem, mas para mim foi muito legal — conta.
Lu se define como uma mulher inquieta, de pouca rotina e que tem uma vida muito pautada pela estrada. Ela equilibra seus dias entre o agito de Porto Alegre e a calmaria de Cachoeira do Sul, onde ajuda a família a administrar uma fazenda, contando com a tecnologia para tocar seus negócios com empresas do Brasil inteiro. Quando está na Capital, os refúgios que mais a atraem são os que carregam as características de cidades menores.
Cartão-postal preferido
A Cidade Baixa tem algo de cidade pequena dentro de uma grande cidade.
LU GASTAL
Artesã
Tenho um amor muito grande pela Travessa dos Venezianos, já que me parece muito com uma cidade pequena. Ela me agrada por toda a questão das cores das fachadas e pelo hábito que vemos ali, de colocar uma cadeirinha em frente para tomar um chimarrão e falar com o vizinho. De alguma maneira, aquele lugar foi um resgate da própria comunidade para reviver uma cultura que já estava ficando para trás - a Cidade Baixa tem algo de cidade pequena dentro de uma grande cidade. A travessa é especial para mim também porque eu sou observadora das cores, elas me motivam muito no dia a dia.
Faz parte da memória afetiva
Quando eu tinha nove anos, meu pai trabalhava na Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA), e nos levou para passar o dia em Porto Alegre. Fomos conhecer um mercado Zaffari e aquilo ficou na minha memória porque, para mim, dava impressão de que caberia Cachoeira do Sul inteira nele. Havia uma seção de discos e meu pai disse que cada filha podia escolher um. Saí de lá agarrada no vinil Babilônia, da Rita Lee. Lembro que o pai falou "tu vai comprar um disco dessa maluca?", porque meus pais achavam ela uma reacionária, afinal ela sempre foi uma mulher à frente de seu tempo.
Onde leva um amigo para conhecer a cidade
Ao Brique da Redenção, se for domingo, ou aos antiquários ali na volta, se for dia de semana. O Brique engloba a questão da praça, do convívio, das árvores, do artesanato, dos animais. Como o próprio nome diz, é uma grande troca. Em épocas de eleições, é um lugar muito político. Também é muito democrático para quem gosta de comida, cachorro, estar ao ar livre.
Melhor programa cultural da cidade
Eu gosto de ir ao Santander Cultural, primeiro por causa da localização, pois fica no centro da cidade. Segundo porque sempre tem alguma exposição legal, além da arquitetura, da beleza das cores refletidas pelo vitrôs no interior do prédio. Às vezes, se não tem exposição, dá para sentar do lado de fora, observar aqueles postes bonitos ao redor da Praça da Alfândega. E sempre que vou ao Santander eu já passo no Mercado Público para comprar uma erva de chimarrão, um café. O Santander simboliza uma região onde gosto de estar, pois me sinto em casa.
Lugar ideal para um happy hour com as amigas
Adoro um encontrinho, então qualquer café ou boteco de rua, estou dentro. Prefiro lugares que tenham áreas ao ar livre. Vou muito ao UM Bar & Cozinha, que tem uma varanda lateral e uma culinária com ingredientes do Rio Grande do Sul. Gosto também da Leiteria 639 e do Barbarella Bakery. Lugares onde posso sentar e enxergar os movimentos. É bom ter pausas na vida e, ao mesmo tempo, ficar vendo a cidade andando.
Onde os porto-alegrenses são mais porto-alegrenses
A Cidade Baixa, que é um lugar extremamente boêmio e cultural, um misto de cafés e lugares pitorescos, e lá as pessoas também colocam as suas cadeirinhas pra sentar na calçada. Eu acho que a Cidade Baixa é uma cidade pequena dentro dessa cidade enorme. Ali sempre tem um lugar legal pra ir, tem café, antiquário, mercado. É uma região realmente agradável.