É tempo de viver a literatura! Nesta sexta-feira (1°), começa a 65ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, que vai até o dia 17 de novembro na Praça da Alfândega. Convidamos os nossos colunistas para compartilharem uma dica de livro que vale a pena procurar nos estandes. Confira as sugestões:
Dica da Martha Medeiros
- O Homem Infelizmente Tem Que Acabar, de Clara Corleone
- Editora Zouk, 248 páginas
Sossega, o título é só uma provocação. Clara ama os homens, só não ama o machismo. Escreve a respeito do assunto de um jeito tão cativante, tão divertido e tão eloquente que mal sentimos a pancada: ela não perdoa. Se você é uma garota, leia. Se você é uma mulher feita, leia imediatamente, ainda há tempo de se atualizar. E se você é um homem, já deveria ter lido.
Dica do Fabricio Carpinejar
- Noite em Caracas, de Karina Sainz Borgo
- Intrínseca, 240 páginas
Para quem quer entender a crise venezuelana pelo olhar de dentro do país, recomendo Noite em Caracas, da escritora Karina Sainz Borgo. Em uma prosa poética, com cheiro de farinha e tristeza, o livro conta a história de uma jovem mulher, Adelaida Falcón, que, após a perda de sua mãe, tem o seu apartamento invadido por milícias. Enfrenta o enterro materno junto do luto do seu país, onde morrer tornou-se tão banal como uma lâmpada queimada.
Dica da Mônica Salgado
- Filosofia do Cotidiano, de Luiz Felipe Pondé
- Contexto, 128 páginas
Sempre gostei de filosofia e ando devorando os livros do Pondé, cuja visão de mundo eu supercompartilho: gosto de como ele fala das nossas sombras, da importância de aceitarmos nosso lado B, com honestidade e sem floreios.
Ele aprofunda em temas espinhosos e polêmicos para muito além da lacração simplista que a gente vê por aí. O seu Filosofia do Cotidiano é uma leitura deliciosa, para devorar numa sentada.
Dica da Claudia Tajes
- Controle, de Natália Borges Polesso
- Companhia das Letras, 176 páginas
Um dos maiores talentos da atual literatura brasileira, Natália venceu o Jabuti de Contos em 2016 com Amora – e não demorou a ser classificada como “autora lésbica”. A verdade é que suas histórias falam sobre questões e urgências comuns a todas as pessoas. Se a orientação sexual é importante, existe muito mais a descobrir em seus livros. Em Controle, seu romance de estreia, Natália volta aos anos 1980/1990 e nos leva a um tempo analógico na tecnologia e nas relações. Nanda, a protagonista, é um alento de delicadeza. Junte a isso um texto primoroso e pronto. Senhoras, senhores e senhorxs, preparem-se para se apaixonar pela obra da Natália.