Ciência, impacto social, diversidade, moda, igualdade de gênero, inclusão, maternidade. Os temas são muitos, mas as histórias das oito mulheres se repetem: todas foram além do desejo de viver em um mundo melhor e decidiram que cabia a elas mesmas tomar uma atitude. E o que cada uma fez mudou a realidade à sua volta (ou pelo país afora).
Na quarta edição do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram, temos a alegria de divulgar as oito finalistas deste ano, selecionadas entre centenas de indicações de profissionais e especialistas de diferentes áreas de atuação, de leitores e também de jornalistas e colaboradores do Grupo RBS.
Leia e inspire-se no exemplo de Cacá Camargo, uma das finalistas desta edição. As vencedoras serão anunciadas na última edição da revista deste mês.
Cacá Camargo
Em 2013, um prédio em Bangladesh desabou matando mais de mil pessoas. O edifício abrigava funcionários que produziam peças para cinco marcas globais de roupas, e a tragédia transformou-se em um dos maiores desastres do mundo da moda. Naquela época, a ativista e professora de Moda Cariane Weydmann Camargo, 36 anos, ficou muito abalada com a notícia. Conhecida como Cacá Camargo, ela já era uma entusiasta da sustentabilidade, havia mudado hábitos de consumo e pesquisava o tema.
– Deparei de fato com as mazelas do mundo da moda, alguém pagava a conta, tinha trabalho escravo. Após o desastre, ativistas da moda sustentável criaram o movimento Fashion Revolution, e as pessoas começaram a discutir sobre isso. Fez com que eu repensasse ainda mais minha postura.
O movimento se espalhou pelo mundo e chegou de forma tímida ao Brasil em 2015. No ano seguinte, Cacá se tornou uma das referências do Fashion Revolution no Estado, promovendo uma programação voltada à conscientização e ao diálogo. Em paralelo, ainda participa de iniciativas como o Ecossistema Moda Sustentável, grupo que fomenta a produção local, e do Desperta Moda, responsável por promover oficinais na periferia da Capital.
– Acredito que estamos vivendo uma transição da moda convencional para a sustentável. As grandes marcas estão fazendo esse movimento para se tornar menos impactantes. Temos que pensar em como mudar a estrutura, o sistema, isso é o mais difícil.
E Cacá não para por aí: já está focada na organização de mais uma edição do Fashion Revolution Fórum, braço educacional do movimento que deve ocorrer em setembro.