Em novembro do ano passado, logo após anunciar a turnê de retorno, as Spice Girls lançaram uma coleção de t-shirts e moletons com a frase #IWannaBeASpiceGirl estampada. Porém, dois meses depois, uma investigação do jornal britânico The Guardian revelou que as camisetas, promovidas em prol da igualdade de gênero, são produzidas em uma fábrica em Bangladesh onde as funcionárias recebem R$ 1,70 pela hora de trabalho. A matéria foi publicada no domingo, 20.
Na época do lançamento, foi divulgado que linha faz parte de uma campanha para arrecadar fundos para a Power Up, campanha por igualdade de gênero da Comic Relief, uma organização britânica de caridade.
De acordo com a publicação, as peças são produzidas em sua maioria por mulheres, que se dizem forçadas a trabalhar 16 horas por dia e são insultadas se não atingirem as suas metas. Há, inclusive, casos de funcionárias da fábrica que desmaiaram durante o expediente.
Ao jornal britânico, uma delas disse que trabalha "em condições desumanas".
"É inverno, os meus filhos precisam de roupas quentes, mas nos últimos meses tenho dito a eles para esperar, porque ainda não tenho dinheiro para comprar", afirmou.
A fábrica pertence a um ministro do governo de Bangladesh, e as camisetas produzidas custam £ 19,40 (cerca de R$ 93,6) cada. Desse valor, £ 11,60 libras (R$ 55,9) são revertidos para a campanha.
No entanto, a Comic Relief, organização britânica de caridade que deveria receber o dinheiro da campanha, disse que ainda não recebeu nenhum valor e que está "chocada a revoltada" com a notícia.
Um porta-voz das Spice Girls disse estar "profundamente chocado e estupefato".
A empresa responsável pela fábrica, a Interstoff Apparels, disse que as denúncias apresentadas pelo jornal "simplesmente não são verdade".