Camila Maccari, especial
Chega dezembro e a voz da Simone cantando “Então é Natal, e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez” se torna onipresente. A música bate certeira e está na hora de recuperar a lista de resoluções de Ano-Novo de 2018. Você até consegue se lembrar dos desejos e expectativas daquele momento mas, na hora de fazer o balanço, percebe que não avançou muito em questões que, há pouco tempo, eram importantes.
Até aí tudo bem: quem nunca encarou a lista de resoluções como o reduto das metas impossíveis que atire a primeira pedra. Mas, na atmosfera de renovação da época, perceber que alguns objetivos foram deixados para trás pode ser bem desestimulante. Em dois toques, a frustração e o sentimento de fracasso já tomaram conta.
– Nessas horas, o importante é reconhecer que a frustração faz parte da vida. É mais saudável acolher esse sentimento do que se deprimir e achar que tudo está perdido, que a frustração é sinônimo de fracasso – explica a psicóloga Antonieta Lopes Bridi.
Mas também não faz sentido focar só nas coisas ruins.
– Quando a gente diz que é importante fazer um balanço, é exatamente disso que estamos falando: da capacidade de olhar os dois lados. Não precisa entrar em um otimismo desenfreado que, às vezes, não corresponde à realidade. Seu ano pode ter sido ruim mesmo. Mas, muitas vezes, esses episódios trouxeram algo novo. A dica é não deixar que uma coisa anule a outra e ser capaz de reconhecer o que aconteceu como realmente foi: tanto o bom quanto o ruim.
Antonieta explica que a culpa por sentir-se frustrada em uma época em que se espera que todo mundo esteja feliz é comum, mas não tem por quê. Se o momento pedir certa introspecção, tudo bem. E tudo bem se estiver com receio da lista de resoluções para o ano que está por vir.
Mas, se você está no time que se anima com a folha em branco chamada 2019, vale aproveitar o balanço de 2018 na hora de escrever os seus desejos e metas. Coach de vida e carreira, Fernanda Costa pondera que aqueles itens que não são cumpridos nunca e estão entre os seus objetivos desde que você consegue lembrar, merecem uma atenção especial:
– As metas que já foram várias vezes estabelecidas e não atingidas, pense no que a impediu de realizar. É importante retomar? Vai fazer diferença na sua vida? Se tem significado para você, se reorganize e retome.
Quanto valem suas metas
Sabe aquele item que você até gostaria de dar um check, mas nunca está realmente a fim de se empenhar de fato para isso? Talvez você não queira realizar esse objetivo tanto assim a ponto de poder limá-lo da sua lista de resoluções de Ano-Novo. Como lembra Fernanda, tudo é questão de escolhas. Por isso, pergunte-se do que você precisa – e está disposta – a abrir mão para alcançar o que deseja.
– Essa reflexão é muito importante, porque, para escolher, é preciso renunciar. Vai ser necessário deixar de lado alguns hábitos que já não servem mais, não a impulsionam, porém, em algum momento, trazem conforto e bem-estar. Então, precisa se certificar de que está disposta a encarar as mudanças.
Trace metas alcançáveis
É importante definir objetivos possíveis dentro da sua realidade. São as metas inatingíveis que geralmente terminam engavetadas para o próximo ano – e o próximo e depois o próximo.
– Respeite seus limites e o seu próprio tempo. Muito se fala em sair da zona de conforto, mas, quando saímos demais, pode ser perigoso. Busque metas que desacomodem você e a façam evoluir, mas não a ponto de estressá-la demais.
Detalhe os objetivos
Fernanda explica que as metas precisam estar escritas, detalhadas, permanecendo visíveis durante o ano todo. Isso vai servir como um guia e como motivação para se manter no plano.
Tudo depende da constância
Pense que você tem um ano inteiro e tudo o que faz nesse período conta. Em um trabalho em progresso, sempre vai ter dias melhores do que outros – nem sempre dá para estar focada na dieta, economizar ou acordar mais cedo para trabalhar em um projeto pessoal, por exemplo.
– O segredo é ter constância nas ações com que se comprometeu, um passo de cada vez até chegar aonde você quer – diz Fernanda. – Nos dias de desmotivação, você deve olhar para seu plano, lembrar de todos os ganhos que terá ao conquistar o que tanto quer, juntar forças e retomar quando der, sem culpas.