Foto: Divulgação/Sextante
Camila Maccari, especial
Dinheiro é mesmo assunto sério. Mas, de acordo com a especialista em finanças pessoais Nathalia Arcuri, tão sério que as pessoas preferem nem falar sobre isso. Há três anos, a jornalista está à frente da Me Poupe, primeira plataforma de entretenimento financeiro do país – o conteúdo faz com que as palavras “entretenimento” e “financeiro” façam, sim, sentido juntas. Agora, Nathalia expande o conteúdo no livro Me Poupe! 10 passos para Nunca Mais Faltar Dinheiro no seu Bolso (Sextante, 176 páginas, R$ 29,90), em que conta sua trajetória e fala mais de termos como taxa Selic, tesouro direto e juros compostos, já conhecidos por quem lê o blog e assiste aos vídeos.
O livro tem lançamento e sessão de autógrafos nesta segunda-feira, dia 28 de maio, às 19h, na Saraiva do Shopping Iguatemi, em Porto Alegre.
Só o canal no YouTube tem mais de 1,6 milhão de inscritos e, junto com o blog, atinge mais de 8 milhões de pessoas mensalmente. A própria Nathalia acumula quase 500 mil seguidores no Instagram – resultado da identificação que gera ao criar um conteúdo descomplicado para, exatamente, descomplicar a vida financeira. Para ela, acumular capital tem mais a ver com disciplina e com saber como cuidar do próprio dinheiro do que com o valor que você ganha todos mês. Prova disso é que tem até vídeo ensinando como investir sendo estagiário – não se engane, Nathalia é realista e indica buscar uma renda extra, como fez quando era universitária. Mas o ponto, como lembra, é o mesmo: se investir for algo importante, você pode começar com pouco, se organizar e guardar sempre. Daí, é só escolher alguma aplicação de renda fixa, que tem o rendimento estabelecido desde o começo, e seguir sua vida enquanto os temíveis juros sobre juros agem a seu favor.
Parece difícil, mas Nathalia jura que, na verdade, está mais para trabalhoso. Até porque, depois que você aprende a fazer seu dinheiro render, o esforço vale a pena. Dedicar-se a deixar o processo mais fácil foi um dos objetivos que a levaram a largar o emprego de repórter televisiva e um salário de R$ 13 mil para começar o projeto. A sonhada independência financeira também teve papel decisivo na mudança de vida: fez os cálculos e viu que precisaria de R$ 5 milhões investidos para ficar tranquila e viver com os rendimentos.
A experiência com comunicação se soma à trajetória pessoal e explicam a simpatia e o know-how diante das câmeras. Começou a poupar aos sete anos porque queria comprar um carro quando chegasse aos 18. No dia do aniversário, ganhou o automóvel de presente de uma madrinha e deixou o dinheiro rendendo por mais tempo. Aos 23, comprou o primeiro apartamento à vista. Em 2017, aos 32, compartilhou um vídeo com os seguidores contando sobre o primeiro milhão investido porque diz que não teria como falar de dinheiro sem abordar a própria experiência de sucesso.
– Parece que as pessoas têm dinheirofobia, a gente até fala quando falta dinheiro, mas, assim que sobra, silêncio. Como se ter dinheiro fosse algo errado, associado a algum comportamento ruim. É um jeito de pensar que está no inconsciente coletivo dos brasileiros e que tem que ser mudado – analisa.
No blog, no canal e agora no livro, Nathalia busca naturalizar questões envolvendo a vida financeira e não tem medo de dar a real. Quem quer guardar dinheiro tem que aprender a viver sempre “um degrau abaixo”, a pechinchar e a não pegar comida com osso no buffet a quilo. Hábitos que segue e que já garantiram apelidos como muquirana e sovina.
– O que é bastante engraçado, já que eu nunca economizei por economizar, sempre tive metas bem claras, o dinheiro sempre foi o meio para alguma outra coisa. Sovina é quem é apaixonado apenas pelo dinheiro, acumula e não consegue fazer nada com isso. A gente tem é que ser apaixonado pelos nossos sonhos e metas e daí se organizar para realizá-los – explica.
As metas, aliás, são o impulso para qualquer pessoa melhorar a vida financeira. A dica é organizar “metinhas”, metas e “metonas” - se a viagem de férias for sua única meta, explica, você nunca vai conseguir poupar.
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