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Chega o fim do dia e você percebe que o dia foi corrido, talvez não tenha brincado o suficiente com os filhos, esqueceu de ligar para sua mãe ou não fez o dia render como devia. Assim a culpa acaba tirando o seu sono. Este é um pensamento que passa pela cabeça de muitas mulheres, mais do que você imagina.
Uma pesquisa de opinião, feita por uma revista norte-americana, mostrou que 96% das mulheres se sentem culpadas pelo menos uma vez por dia e metade delas por mais de quatro vezes diariamente. Outra descoberta da pesquisa foi que 75% das mulheres sofrem mais culpa depois que se tornaram mães e mais da metade perde o sono ruminando a culpa. Entre os outros motivos para sentir culpa estão: não comer de forma saudável, não ter tempo para a família e negligenciar o trabalho.
Não sou boa o suficiente?
Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, as mulheres costumam sentir culpa quando sentem que não são boas o suficiente ou estão deixando a desejar em seus diversos papéis, como mães, profissionais, filhas, esposas, etc. “Isso vem de valores culturais, familiares e religiosos, que ensinam que ser 'bom' é o mais importante. Outro ponto que pesa é que a mulher se sente culpada, em muitos casos, por não colocar o outro em primeiro lugar”.
Culpadas o tempo todo?
A culpa é tão presente nas gerações atuais que ganhou até um nome: geração GAT (do inglês guilty all the time), traduzido como ‘culpada o tempo todo’.
Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, as mulheres de gerações anteriores, especialmente na época em que não era tão comum a mulher construir uma carreira ou ser chefe de família, por exemplo, a culpa tinha outras razões:
– Hoje a mulher se sente culpada por ir trabalhar e dedicar menos tempo à maternidade. Ou se sente culpada por ter largado o trabalho para ser mãe em tempo integral. São escolhas que as gerações anteriores não tinham que fazer. Temos as mulheres que não querem ter filhos por opção e se sentem culpadas também, também existem aquelas que optam por estarem solteiras. Ou seja, a culpa está por todos os lados.
O lado bom da culpa
Segundo as psicólogas, este não é sempre um sentimento ruim. Elas firmam que a culpa surge para nos alertar sobre o nosso comportamento e pode ajudar a avaliar as situações para corrigirmos nossas atitudes. Você está trabalhando demais e tem tido pouco tempo para ficar com o parceiro, por exemplo. A culpa pode ajudar a refletir se é possível encontrar um ponto de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O lado ruim da culpa
Mas, como tudo tem dois lados, a culpa também pode ser destrutiva e isso acontece quando você passa a ruminar, ou seja, pensa sem parar no assunto. As psicólogas dizem que isso pode ser muito prejudicial, pode trazer tristeza, afetar a autoestima e deixar a pessoa conectada ao passado, sem conseguir viver o presente.
Como lidar com a culpa
Aceite: Aceitar que não temos controle para mudar tudo que queremos é fundamental para se livrar da culpa. Se você não conseguiu brincar com seu filho hoje ou não deu atenção para o marido, faça isso amanhã.
Viva o presente: A culpa está ligada ao passado e quem vive no ontem não aproveita o hoje! Lembre-se que você não pode mudar o que passou, mas pode fazer um presente e um futuro diferentes a partir das experiências que deram errado.
Perdoe-se: A autocompaixão é essencial para se livrar da culpa destrutiva.
Não existe perfeição: Ninguém é perfeito e todos cometemos erros. Além disso, cada escolha é uma renúncia, mas isso não quer dizer que você precisa se sentir culpada por escolher ficar em casa ou trabalhar fora; ser mãe ou não ter filhos; comer o que gosta e estar de bem com o seu corpo. Enfim, o importante é você se sentir bem com as suas escolhas.
Oportunidade: A culpa pode surgir como uma oportunidade para refletir sobre seus comportamentos. É como se fosse um sinal de alerta para corrigir a rota.
Entretanto, Denise e Marina alertam: se a culpa é um sentimento constante, que atrapalha o dia a dia e interfere na qualidade de vida, é preciso atenção. Ela também pode ser uma manifestação da depressão, por exemplo. Se é algo que se faz presente o tempo todo e interfere no dia a dia, o ideal é procurar ajuda.
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