Por que é tão comum prometermos a nós mesmos que vamos poupar, mas a ideia desaparece na primeira volta que damos no shopping? Por que às vezes nos surpreendemos comprando coisas que não precisamos? A resposta é que somos menos racionais do que imaginamos. Essa é a ideia defendida pelo professor de economia comportamental do Media Laboratory do MIT, Dan Ariely, no livro Previsivelmente Irracional – Como as situações do dia a dia influenciam as nossas decisões. Na prática, são as emoções que direcionam parte das nossas decisões.
Estudos realizados na Economia Comportamental revelam que nossa capacidade de raciocínio tem defeitos provocados por expectativas, normais sociais, relatividade, apego e emoções. Tudo isso nos atinge e leva, muitas vezes, à decisões que são previstas, repetidas e irracionais. Tentar tirar a carga emocional do jeito como decidimos ajuda, mas não é fácil fazer isso. Prova disso está na dificuldade que temos para poupar dinheiro, já que o brasileiro poupa significativamente menos que a média do mundo todo, segundo dados do Banco Mundial.
Aqui no Brasil um estudo feito pela Comissão de Valores Mobiliários, divulgado nesta que é a Semana Mundial do Investidor, mostrou quais comportamentos estão entre os pontos mais críticos que dificultam a poupança. Na pesquisa, a falta de autocontrole, o excesso de confiança, as influências sociais e a falta de interesse são algumas das principais barreiras para criar reservas financeiras. Nesse cenário de poucos poupadores, as mulheres estão, proporcionalmente, poupando menos do que a média tanto no Brasil quanto no mundo.
Tomar as rédeas da situação financeira é desafiador, assim como tirar a carga emocional na tomada de decisão é difícil. No entanto, a simples percepção de que estamos propensos a fazer escolhas erradas quando sob o domínio de uma emoção intensa pode nos ajudar a melhorar. Seja para a poupar, manter o foco ou atingir a meta financeira, de carreira, de vida.
Veja alguns dos comportamentos que atrapalham a formação de reserva financeira
Falta de interesse
Ter o desejo de poupar é o primeiro passo. É preciso construir um objetivo claro para tentar iniciar a poupança.
Autocontrole
As pessoas tendem a preferir gratificação imediata, mesmo com custos futuros para o bem-estar. Isso pode levar a consumir mais do que deveria agora em vez de poupar para depois.
Atenção ao efeito social
Como amigos ou pessoas que você convive gastam dinheiro pode influenciar suas decisões.
Excesso de confiança
Acreditar que tudo vai dar certo, ou seja, as pessoas tendem a confiar excessivamente que tudo vai ficar bem e isso estimula gastos maiores no presente.
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