Vera Schneider, Mauro Sousa e, à direita, a historiadora Tania Bian
Misturar gastronomia com arte e prazer faz parte da rotina do homem contemporâneo e o hobby pode até virar profissão. Leonardo da Vinci (1452 1519), que visualizou o mundo, mais de cinco séculos antes da era tecnológica, com revelações surpreendentes, realizou um de seus feitos criando um restaurante na Ponte Vecchio, em Florença, onde reunia o meio artístico da época. A galerista Vera de Nonoay Schneider produziu no Hotel Sheraton o Encontro com Leonardo da Vinci, aberto com uma concorrida palestra da historiadora Tania Bian.
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Tania salientou que o gênio escreveu sobre tudo, quando passou 20 anos na corte de Milão, a partir de 1482, e lá pintou A Santa Ceia. Como banqueteiro, escreveu um livro de etiqueta sobre procedimentos relacionados à mesa do seu Senhor Ludovico Sforza, o Duque de Milão, e inventou o guardanapo partilhado por dois comensais, para eles não limparem as mãos na toalha de mesa. No tempo de "etiqueta zero" algumas recomendações do gênio que pintou a Mona Lisa:
– Você não deve colocar comida mastigada no prato do seu vizinho à mesa, sem que ele o permita; deve sair da mesa para não urinar ou vomitar; não deve limpar sua faca na roupa do seu vizinho (só dispunham deste talher e comiam com as mãos).
O encontro terminou com um almoço no terraço do Sheraton em clima renascentista, com cardápio preparado pelo chef Mauro Sousa e a participação da harpista Norma Rodrigues recepcionando os comensais com música daquele período.
Na decoração das mesas frutas e legumes em objetos que remetem ao tempo de Leonardo, nascido na cidadezinha de Vinci. O ator Roberto Oliveira o representou, expondo suas ideias sobre arte, invenções, etiqueta e culinária.