Mulher forte e otimista com bom texto da maior atualidade sobre comportamento e etiqueta, a gaúcha Doris Azevedo, de 50 anos, dava aulas de etiqueta e em 2005 lançou seu primeiro livro. Com curso superior de Hotelaria, consultora de etiqueta empresarial, Doris levava uma vida dinâmica com sua filha, Vitoria, de 14 anos. Mas, sem que o percebesse, lhe foram surgindo sintomas da esclerose múltipla e ela passou a usar cadeira de rodas.
Com sua fibra posta em cheque, Doris conseguiu superar as dificuldades e decidiu residir com a filha adolescente em Palmares do Sul, onde vive sua família.
– Ter uma insuficiência física não é fácil para ninguém, mas também não é fim do mundo, nem motivo de amargura – diz ela, acalentando seus projetos.
Um deles foi o de reescrever seu primeiro livro, ao qual acrescentou a contra etiqueta e treze páginas finais dedicadas à etiqueta inclusiva, com regras de como devem ser tratadas socialmente as pessoas portadoras de deficiências físicas, como cegueira, surdez e invalidez.
– Elas têm personalidade única, como qualquer outra – comenta Doris, recomendando que sejam referidas como deficientes físicas, e não inválidas, além de ressaltar que é preciso conhecer bem alguém para fazer-lhe perguntas pessoais sobre o seu problema.
O novo livro de Doris Azevedo, Etiqueta e Contraetiqueta, é da Chiado Editora, de Lisboa. O contato foi feito pela autora através do representante da editora portuguesa em São Paulo. A obra já está circulando em Portugal, Cabo Verde e Angola. Ao ser esgotada esta primeira edição, será lançada em inglês. Na próxima terça-feira, dia 28, Doris Azevedo estará na Livraria Cultura do Bourbon Shopping, autografando Etiqueta e Contraetiqueta das 18h às 21h30min.
No convívio
Não segure nem toque na cadeira de rodas; ofereça ajuda, mas não insista.
Não receie usar palavras como caminhar ou correr.
Ao conversar com alguém na cadeira de rodas, sente-se, se possível, de modo que o olhar ficar no mesmo nível.
Ao ajudar uma pessoa que depende de cadeira de rodas a descer uma rampa ou degraus, é preferível usar a "marcha a ré". Evita-se que a pessoa perca o equilíbrio e caia para frente.
Evite o termo cadeirante, pois ressalta o instrumento que a pessoa porta, não o que a pessoa é. Prefira dizer usuário de cadeira de rodas.
Porta-guardanapos: dá para improvisar?
Pode-se improvisar porta-guardanapos de mesa informal de uma maneira charmosa, quando a única bebida servida na refeição será um espumante para muitos brindes, como foi feito no alegre almoço only for ladies, do qual participei no sábado de Aleluia. Para quem sabe abrir garrafa de champanha não há mistérios. Pegue na pequena patilha (argolinha) do protetor de arame que envolve a rolha – a "gaiola" – para protegê-la. Dobre a argolinha para baixo e, cuidadosamente, desenrole o arame para libertar a rolha.
Dobre a sobra do arame num círculo aberto que forma a argola que prende o porta-guardanapo, deixando o rótulo com a marca do champanhe para cima. Fica muito interessante quando há rótulos de diferentes marcas, em cores diferentes, o que de certa forma confere status para a anfitriã, que deve receber muitas garrafas de presente, na medida em que recebe com frequência.