(Arquivo pessoal) Visita à casa da família
É a casa onde moramos em determinada época que nos dá a dimensão da cidade em que se vive, seu bairro e vizinhança. Minha primeira lembrança é a da Fernandes Vieira, 125, para onde minha família se transferiu. Eu tinha três anos e só saímos de lá em 1962, quando fui morar sozinha num apartamento pequeno na André da Rocha. Minha mãe ficou em outro maior bem próximo. Era raro, então, uma moça solteira independente ir morar sozinha, pois nós duas nos demos muito bem.
Vários endereços fazem parte das minhas memórias, mas nenhuma é tão intensa quanto a da casa da Fernandes Vieira. Em frente, na esquina da Castro Alves, havia uma fábrica de chapéus masculinos, e era o rumor das suas máquinas ligadas às 7h que me despertava para ir ao colégio. Nossa casa fazia parte do elenco de construções do início do século XX no estilo alemão contemporâneo assinado pelo arquiteto Schlatter. São raras as que ainda restam, uma pena!
Meu avô adquiriu-a do alemão Henrique Meyer, com um jardim cheio de plantas raras, inclusive uma trepadeira africana que cobria o caramanchão em frente ao lago. Até hoje, ao ouvir o barulho e o cheiro de poda da grama, penso logo naquele jardim.
Aproveitamos bem a casa. Os quatro homens da família almoçavam conosco. Minha mãe tinha muitas primas e amigas, que recebia às quintas-feiras, das 15h30min às 18h, para chá da tarde, com a mesa montada na sala. Às vezes, ninguém aparecia e ela ficava desenxabida. Na semana seguinte, dava lembretes por telefone. Do seu grupo, mais duas tinham um dia marcado para receber. Como elas tinham tempo!
Mudei-me seis vezes de zona residencial, abrindo ciclos de vida diferentes. O curioso é que a memória gera outros enfoques e comparações diante da visão atual da cidade. Só meu carinho por Porto Alegre, com os seus prós e contras, é sempre o mesmo.
E no Facebook
Vive-se num ritmo aceleradíssimo, com a facilidade de digitar mensagens no celular para satisfazer a ânsia de registrar tudo o que acontece no momento, sem ao menos pensar no que se escreve. Pior, então, é digitar com cabeça quente, raivoso, porque às vezes é tarde para se arrepender. É natural que quem frequenta um bom restaurante deseje ser bem atendido, mas, quando isso não acontece, o melhor é esclarecer à viva voz e, se os argumentos forem convincentes, saber entendê-los. A maioria dos restaurantes tem tem uma página oficial. É preciso cuidar a linguagem com que se redige uma reclamação, pois todo mundo tem acesso às redes sociais. Nomear funcionários com palavras agressivas e de mau gosto pega mal para quem escreve e contribui para empanar a imagem de uma empresa da qual dependem muitas famílias de empregados. Há maneiras de reclamar com respeito. Por exemplo: "O restaurante me foi recomendado por um amigo exigente..." ou "Achei hoje o serviço mais demorado. O que foi que houve?".
Etiqueta na prática
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PRESENTE PARA UMA FREIRA
"Minha cunhada é religiosa do Sagrado Coração de Jesus, e vamos comemorar seus 70 anos com um grande almoço que lhe será oferecido por seus irmãos. Nossa dúvida é qual presente escolher para ela." NATHALIA
- Escolha um livro com ilustrações e descrições das obras de arte do Vaticano ou a biografia de uma vida santificada. A Editora Vozes é uma editora católica que oferece bons conteúdos.
QUINZE ANOS DA NETA
"Quero oferecer uma festa para minha neta mais velha, em que os convidados são familiares e adolescentes amigosa. Vamos servir finger foods, salgadinhos e doces para comer com as mãos. Qual o traje - gala ou recepção - para pedir no convite, que agrade igualmente às diferentes faixas etárias?" JUDITH
- O traje de gala seria desconfortável, mas a aniversariante poderia estar com um vistoso vestido longo, tipo debutante. E como só serão servidas finger foods, ficaria também pomposo demais. Peça traje recepção no convite, os jovens sem gravata e de paletó. Quanto aos rapazes irem de tênis, não serão os modelos esportivos, mas os elegantes pretos de solado mais fino, como se viu até mesmo na noite do Oscar