Nas cidades grandes, vê-se agora quantidade de jovens fazendo exibições de malabarismos nas sinaleiras mais movimentadas, com sua performance gratificada por muitos motoristas. Aos 18 anos, Carlos Eduardo Duarte Moraes, o Cadu, é um deles, especializado em malabares de contato. Bastante tranquilo, ninguém imagina como consegue se equilibrar numa vida de atividades múltiplas, que inclui exibir-se no Roue Cyr, um bambolê de 1m90cm de diâmetro, 10cm a mais que sua estatura.
Veja como é rica a vida deste rapaz, que passou muito bem para o segundo ano da Faculdade de Educação Física da UFRGS, é professor de inglês e de contorção, treina no Circo Girassol, do bairro Bom Jesus, e ainda participa de shows em festas. Sua família reside em Canela - e foi lá que tudo começou, na academia de artes marciais, onde conheceu uma professora de acrobacia aérea. Cadu atribui sua disciplina e serenidade diante dos desafios à prática das artes marciais, gerando o autocontrole que tanto ajuda a desenvolver a arte do circo.
A diversificação de interesses é própria dessa fase da vida, em busca de experiências que ajudam a encontrar um caminho. Mas, em Cadu, a busca vai além. Envolve uma filosofia de paz interior iniciada ainda na infância, quando morava em Canela, que o levou à filosofia reflexiva do budismo.
Ele tem muitos projetos. Um deles é, na metade do ano, fazer o curso técnico de dois anos na Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, transferindo a Educação Física para uma universidade carioca, pois faz questão do diploma, pensando no futuro. Esta semana, Cadu viaja para Lima a fim de passar um mês no Peru, onde tem amigos e participará de um grupo com práticas circenses. E pretende passear muito.
Ética profissional
Se mais alguém estiver se apresentando na mesma esquina, Cadu recomenda nem mesmo treinar atrás dele, pois dispersa a atenção dos possíveis colaboradores. Quando se atua em um grupinho, o resultado final recolhido de chapéu na mão é dividido entre todos irmamente.
Dieta circense
Vegetariana e com pouca proteína, para aqueles que praticam exercícios que exigem mais flexibilidade do que força. Já para plantar bananeira e andar no arame fixo, o atleta precisa estar, além de forte, com menor peso.
Frase
"Atualmente, os fãs pedem muito mais para fazer selfies comigo do que para lhes dar autógrafos. Chego a pensar que as fotos já representam 60%, e exigem mais tempo." — FERNANDA LIMA
Etiqueta na prática
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Interromper assunto
"Recebemos para almoçar um primo com a namorada, sem saber que ela é desagradável numa conversa entre amigos. Como eu havia recém chegado de Manaus, minha mãe me fez uma pergunta e, quando comecei a respondê-la, a tal namorada me interrompeu para contar tudo que tinha visto naquela cidade, quando lá esteve faz dois anos. Cheia de detalhes sem interesse, toda vez que eu tentava falar ela vinha com a sua experiência. Dá para aguentar?" ELENARA
— Não é raro encontrar pessoas que agem assim, em geral por ansiedade. Aguenta-se, sim, até conseguir mudar de assunto e dirigir-se a uma outra pessoa do grupo. Mas algumas vezes a gente também age assim, sem se dar conta. Ao perceber o gesto que revela falta de educação, se diz: "Perdão, percebi agora que te interrompi".