Em recente chá de senhoras octogenárias, reunidas no Plaza São Rafael para comemorar sua formatura ginasial no Bom Conselho, uma delas se aproximou para contar que tinha assistido em sua mocidade palestra minha, ensinando como segurar o guarda- chuva com elegância.
– Agora é hora de explicares como se usa uma bengala com a mesma elegância – sorriu ela, com o humor que deve acompanhá- la na vida.
Rimos muito. Mencionei logo a foto recente da socialite carioca Lourdes Catão numa coluna do jornal O Globo em que, ainda bonita e chique, segurava sua bengala com punho de prata. É provável que a bengala tenha pertencido a algum de seus ancestrais. Lourdes hoje aproveita sua necessidade de apoio como meio de revelar charme e exercer poder.
Max von Bohen, num dos tomos de sua História da Moda e dos Costumes, escreve que a origem da bengala é o bastão com variações, como o cajado do pastor de ovelhas, o básculo dos bispos – que chega à altura dos ombros com a extremidade superior em círculo – e o cajado daqueles que fazem o caminho de Santiago de Compostela.
Quanto à etiqueta, até a metade dos anos 1940 havia muitos cinquentões que usavam bengala por elegância. A bengala, especialmente para servir de apoio, em seu uso, tem muita coisa parecida com o guarda- chuva, que não se leva na horizontal, batendo nas pessoas. Não é deixada nunca em cima de uma mesa, e num restaurante pode ser apoiada no canto ( principalmente as de punho curvatura) quando não houver alguém ao lado. Também pode ser apoiada entre os joelhos ou junto da parede.
Quem está de pé, parado, apoia sua bengala no chão junto do pé e afasta o braço, deixando- a um pouco em diagonal.
É sinal de uma boa postura.
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Etiqueta na prática
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Velas na decoração
“ A gente ganha de presente tantas velas bonitas nesta época – elas podem ficar só como enfeite nas comemorações de final de ano à noite?” MELINA – Como os encontros natalinos são marcados para as 20h e ainda é dia, as velas devem ser sempre acesas só ao escurecer, pelos donos da casa ou outra pessoa a seu pedido.
Há velas perfumadas com aromas natalinos ( canela, cravo etc), comuns nos Estados Unidos, mas cuidado ao receber em casa para jantares com velas de perfume adocicado, incenso e outros aromas que interfiram na comida.
Copos de várias bebidas
“ Vamos nos casar no mês de março e, no começo do ano, faremos a lista de presentes. Gostaria de saber se os copos para vinho branco e tinto são diferentes; qual o copo mais adequado para espumante e a diferença entre copo de laranjada e água.O apartamento é pequeno.” ANTONIO & JUDI
Tradicionalmente, os copos de vinho branco eram coloridos e menores que os de tinto, sempre incolores para apreciar a cor do vinho. A tendência atual é de copos maiores incolores ( 300 ml) para vinho em geral, com a bebida em menor quantidade, movimentada em círculo para expandir seu aroma. Espumantes são servidos em cálice estreito e alongado ( flüte), para manter as borbulhas; laranjadas e refrescos em copos altos ou de água.