Cauã em "Reza a Lenda" | Foto: Imagem Filmes, Divulgação Os momentos com Sofia ficam preservados das redes sociais de Cauã, que tem sua maneira particular de lidar com a fama. Por ter a vida pessoal constantemente na mira do público, o ator evita compartilhar sua intimidade além do que regularmente ocorre fora do seu controle. Só nas últimas duas semanas, por exemplo, já foram atribuídas como suas novas namoradas desde a dançarina Aline Riscado até a atriz Bruna Linzmeyer, sua colega em A Regra do Jogo. Cauã toma conhecimento desses boatos quando sua assessoria faz um pré-filtro e os apresenta. Com Bruna Linzmeyer nos bastidores da novela A Regra do Jogo | Foto: TV Globo/Divulgação Também já gravou sua participação na minissérie Dois Irmãos, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, ainda sem data de exibição prevista na Globo. Na trama, inspirada em obra homônima de Milton Hatoum, Cauã interpreta os irmãos gêmeos do título. A Regra do Jogo: Juliano (Cauã) e Toia (Vanessa Giácomo) | Foto: TV Globo, divulgação Donna – E o público acompanha a vida pessoal de todos vocês como se fosse uma novela paralela.
Sexta-feira, 15 de janeiro, 18h, Rio de Janeiro. Cauã Reymond atende ao telefone em entrevista agendada com Donna para divulgar seu novo filme, a aventura Reza a Lenda, em cartaz desde a última quinta-feira nos cinemas. Dali a três horas, na Globo, seu personagem em A Regra do Jogo, Juliano, teria a morte decretada pela facção que o mocinho tenta destruir. Quarenta minutos depois, a saga do traficante Playboy, seu papel na minissérie Alemão – Os Dois Lados do Complexo, chegaria ao fim, também na Globo. Mas Cauã não veria nem uma coisa nem outra na TV. Saindo da zona sul da cidade, onde mora, a caminho do Projac, os estúdios da emissora, depois de um dia cheio de compromissos, o ator partia para mais uma jornada.
– É, tem gente que trabalha até de noite, numa sexta, com chuva, lá no Morro da Macaca – brinca, citando o cenário em que gravaria mais um capítulo da novela das nove.
Cauã também se surpreende com a própria “onipresença” televisiva neste verão: “É muito, muito incomum, não é uma política da casa”, confirma. As duas atrações em simultâneo poderiam até ter sido três: já finalizada, a minissérie Dois Irmãos, projeto de Luiz Fernando Carvalho, traz Cauã no papel dos irmãos gêmeos do título e foi adiada para evitar (mais) superexposição do ator.
A soma de estreias em paralelo se deve ao ritmo non-stop do carioca de 35 anos que acumula mais de 30 personagens no currículo após 13 anos de carreira. Desde que estreou como Mau-Mau em Malhação, em 2002, Cauã ficou poucos períodos fora do ar, quase com um papel atrás do outro.
A experiência como modelo, a partir dos 17 anos, também foi intensa, com viagens internacionais nas cidades do circuito de moda, Milão/Paris/Nova York. Fixou-se por dois anos nesta última para se dedicar a aulas de interpretação com a professora Susan Batson (coach de nomes como Nicole Kidman e Tom Cruise), curso que mudou seu destino.
Agora, o público brasileiro presencia uma outra mudança. Sem deixar a atuação de lado, Cauã quer cada vez mais dominar a dramaturgia de forma completa, também atrás das câmeras. O longa Reza a Lenda, por exemplo, vem sendo gestado desde 2009, com coprodução assinada também pelo protagonista. Na prática, significa participar de todas as etapas (“Desde a captação até escolher o elenco, os cenários”, explica), ao longo de sete anos, até ver o resultado final, com 87 minutos de duração, por algumas semanas em cartaz.
– Você começa a ver o trabalho que dá levantar um filme. O cinema é uma arte cada vez mais artesanal – opina Cauã, que já havia coproduzido títulos como a cinebiografia Tim Maia (2014).
Ele se envolveu tanto no processo a ponto de criar, no fim de 2015, a Sereno Filmes, em sociedade com seu empresário, Mário Canivello, para atuar ainda mais nos bastidores e, no futuro, também dirigir. O nome da produtora foi um insight dos amigos e, não por coincidência, reflete uma das palavras-chave do atual momento de Cauã: serenidade.
Olhando em retrospecto, o ator avalia que a paternidade o deixou mais sereno e maduro e também o tornou um profissional mais completo. Em paralelo à carga intensa de trabalho, o convívio com a filha, Sofia, três anos e oito meses, é a prioridade declarada. Fruto do casamento do ator com Grazi Massafera, a pequena fica parte da semana com o pai e parte com a mãe no modelo de guarda compartilhada desde a separação do casal, em 2013.
– Acaba ficando um pouquinho mais com a mãe, mas funciona muito bem, acho super saudável para a criança – diz Cauã, que se organiza para ter tempo de dispensar a babá e participar de tarefas do cotidiano de Sofia, como dar banho e o jantar, e curtir a praia no tempo livre, mesmo que sempre observado por paparazzi.
Na praia da Joatinga com a filha, Sofia (Foto: Agnews)
– Até porque ficar dando Google em você mesmo não é muito saudável, né? (risos). Mas não quer dizer que eu vá abrir um site e ver uma notícia e pensar: “Puxa, não, isso assim não...”. Se ficar preso a esse tipo de coisa você não vive, vai ficar estressado sempre.
O estresse do dia a dia é combatido com hábitos mais do que saudáveis, daqueles que parecem uma cartilha do bem viver. Dormir oito horas por noite é, mais do que regra, uma necessidade. Exercícios diários também, seja correr na areia fofa, ir à academia, nadar, fazer boxe ou surfar. A alimentação é regrada sem sofrimento, herança dos hábitos do pai, o psicanalista José Marques, que segue cardápio macrobiótico (na adolescência, Cauã morou com o pai em Santa Catarina). O ator chega a levar marmita quando está fora do Rio, como fez nas filmagens em Petrolina, locação tanto de Reza a Lenda quanto da minissérie Amores Roubados (2013). Mas, de novo, foi a filha Sofia que deu a Cauã o maior antídoto possível contra qualquer tensão.
– Minha maior descoberta ao ser pai é que passou a ser cada vez mais fácil deixar o personagem no trabalho. Foi um dos maiores amadurecimentos pessoais. Chegar em casa, com aquela energia de papéis dramaticamente superfortes, e aí fecho a porta e, calma, agora sou eu, vamos brincar. O trabalho fica lá do lado de fora de casa.
O surfe é o hobby das horas livres | Foto: Richard Kotch
“ESSE AÍ É DIFERENTE”
Compadre de Cauã por ser padrinho de Sofia, Mário Canivello é empresário do ator há seis anos e sócio da Sereno Filmes. Assessor de imprensa de cantores como Chico Buarque há 30 anos e de Marisa Monte há 10, notadamente personalidades com condutas discretas, Canivello diz que muito antes de trabalhar com Cauã já havia percebido que “esse aí era diferente”:
– Uma vez, li uma entrevista na qual a pergunta era: “Como você lida com a fama?”. E ele respondeu: “Com educação”. Isso diz muito sobre a pessoa. Porque mesmo se o artista está de mau humor, tem que saber cuidar do público. Se um artista é estressado, a tendência do seu entorno é ficar da mesma forma. E com o Cauã não tem nada isso, ele é relax, é educado.
Em 10 minutos de conversa com Donna, a palavra “disciplinado” surge quatro vezes quando Canivello se refere ao amigo. O adjetivo se soma a outros: “organizado, compromissado e profissional”.
– Ele dá conta de tudo, decora os textos com uma facilidade incrível. Cauã poderia ficar na posição confortável e passiva de ator só esperando convites. Mas ele quer ser o dono da própria carreira. Ser famoso funciona a seu favor para colocar os projetos de pé. A fama é um trampolim, não é um fim em si – completa.
A CARREIRA EM ALTA
NO CINEMA
Longa-metragem de estreia de Homero Olivetto, Reza a Lenda entrou em cartaz na quinta-feira, com Cauã no papel de Ara, líder de um bando de motoqueiros armados no sertão nordestino. O grupo está em busca de uma santa que, como reza a lenda, faria chover e aplacaria a seca na região. Ara, com intuito de levar paz ao povo da região, rouba a imagem da santa e desperta a fúria de um coronel que lucra com a exploração da fé (Humberto Martins).
O protagonista vive um triângulo amoroso com as personagens de Sophie Charlotte (que interpreta Severina, companheira de Ara) e Luisa Arraes (uma jovem envolvida em um acidente na estrada). Desde que o trailer foi divulgado, o filme começou a ser chamado pela mídia de “Mad Max brasileiro”.
Para atuar como o herói sertanejo guiando uma motocicleta, Cauã precisou tirar carteira de habilitação categoria A.
– Quatro dias antes das filmagens, levei um tombaço. Ficou todo mundo apavorado, mas agora já me recuperei – diz Cauã, que ficou um bom tempo sentindo dor após o acidente de moto.
Homero, que assinou o roteiro de Bruna Surfistinha (2011), diz ter se inspirado em diferentes fontes para escrever Reza a Lenda, como o mangá Afro Samurai (1999) e a aventura Conan, O Bárbaro (1982).
NA TV
Desde agosto de 2015, Cauã está no horário nobre como o mocinho de A Regra do Jogo, novela de João Emanuel Carneiro que termina em março. Em paralelo, na faixa das 23h na Globo, viveu o traficante Playboy na minissérie Alemão – Os Dois Lados do Complexo, exibida em quatro episódios até o último dia 15.
Cauã no papel do traficante Playboy na minissérie "Alemão" | Foto: TV Globo, divulgação
VEM AÍ
Junto ao empresário Mario Canivello, seu sócio na produtora Sereno Filmes, Cauã foi coprodutor de títulos como Tim Maia (2014), Curva do Rio Sujo (inédito) e a minissérie Alemão. Atualmente, está em fase de coprodução do longa-metragem Pedro, filme de Laís Bodanzky sobre Dom Pedro I, com roteiro de Luiz Bolognesi.
– Será a visão portuguesa sobre Dom Pedro, para tentar mostrar um outro personagem. A gente está acostumado a vê-lo de um jeito muito caricato – diz o ator, que interpretará o personagem-título.
Entrevista
Donna – Como foi a preparação para viver o personagem de Reza a Lenda?
Cauã Reymond – Todo mundo achava que sou um motoqueiro nato, mas para o filme tive até que tirar carteira (risos). Filmamos em locações muito bonitas no interior de Pernambuco e da Bahia, com pouco trânsito, então me senti bem confortável. Mas tive dublê para takes de ação. Em uma cena em que o personagem tira as duas mãos da moto e atira, por exemplo, não fui eu (risos).
Donna – O que foi preciso para interpretar um papel tão distinto da sua realidade?
Cauã – Os “motoqueiros punks pops” (risos). Quando decidi fazer o filme, me apaixonei pela paixão do diretor Homero Olivetto pela história. Me apaixonei pela possibilidade de silêncios que o diretor escreveu para o personagem. É o mais silencioso que fiz até hoje, ele se comunica de outra forma. Foi um momento em que entrei em contato com a minha espiritualidade. Pois, de certa forma, por mais que tenha bastante ação e um triângulo amoroso definido, gera uma pequena reflexão sobre o que é mais importante: uma imagem (a santa que faz chover) ou sua fé?
Donna – Para você, o que é mais importante?
Cauã – Para mim, a fé está dentro de cada um. Cada um tem sua fé, sua religião. Sou a favor da tolerância em relação às diferenças, tanto de crenças quanto de atitude, contanto que você não invada o espaço do outro ou não atrapalhe ou não machuque alguém. Falta tolerância no mundo.
Donna – Como é, na prática, a sua rotina de se dividir entre fazer cinema e TV?
Cauã – Na prática é: não tendo férias (risos).
Donna – Há quanto tempo você não sai em férias?
Cauã – Deixa eu ver... (pausa). Desde maio do ano retrasado. É bastante tempo, né? Agora que me toquei. Mas, quando acabar a novela em março, vou tirar.
Donna – O que te dá mais prazer, TV ou cinema? Existe esse tipo de comparação?
Cauã – São prazeres diferentes. O cinema se comunica com um certo público. Por mais que você faça um filme que seja um megassucesso, por exemplo, Se Eu Fosse Você 2, Tropa de Elite 2, Dona Flor e Seus Dois Maridos, falaram com seis a 10 ou 13 milhões de pessoas. A TV fala com um número muito maior de espectadores todo dia, então é imediato. As pessoas gostam do teu trabalho, na hora você sabe. O Alemão (minissérie que terminou no dia 15) deu resposta imediata, é muito louco. Mas, se não gostam, a resposta também é imediata.
Donna – E, na televisão, dá para corrigir o rumo mais rápido também.
Cauã – Sim, tem isso também. A nossa novela, inclusive, está com Ibope superbom. No início, tivemos dificuldade, agora estamos superfelizes com o rumo que tomou. O pessoal está gostando pra caramba.
Donna – Sabe indícios de como o Juliano deve terminar em A Regra do Jogo?
Cauã – Nenhum, nenhum.
Donna – E se você fosse o roteirista da novela?
Cauã – Se eu fosse o João Emanuel (Carneiro)? Cara, eu faço o mocinho da novela, tem algumas restrições, né? É um papel clássico na dramaturgia, então acho que retornar com a Toia (Vanessa Giácomo), eles se encontrarem, descobrirem que o Romero (Alexandre Nero) armou coisas e que ele está atrás do dinheiro dela... Acho que essas coisas são um pouco óbvias e pode ser que aconteçam.
Donna – Existe a necessidade de final feliz? O público brasileiro quer ou precisa disso?
Cauã – Não tenho opinião formada sobre isso. Já tive, mas não tenho mais. A gente vive um momento econômico superdifícil, em que não está a fim de ver tanta desgraça, a gente quer programas que nos levem a um lugar mais lúdico. E a dramaturgia vai entretendo as pessoas conforme o momento econômico do Brasil, que infelizmente está mudando cada vez mais rápido. Acho que, quando a economia vai bem, o público tem interesse por determinados assuntos. Tem produtos que se encaixam melhor em como o humor nacional da população está agora.
Donna – Como administra a exposição da sua intimidade em relação à figura pública?
Cauã – É um caminho sem volta. Graças a Deus, comecei a lidar com a fama muito novo. Com 22 anos. entrei na Malhação e meu personagem fez muito sucesso com o público jovem. É claro que demorei para atingir um público em outra faixa etária com outros personagens, em outros programas, mas, por lidar com isso desde cedo, tive uma boa escola. Além disso, fui casado com duas mulheres superfamosas (três anos com Alinne Moraes e sete com Grazi Massafera). Poderia até dar aula (risos).
Donna – O que você diria para os alunos?
Cauã – Lição número 1: “tenha calma” (risos).
Donna – E a número 2?
Cauã – Faça análise (risos). Para você entender a diferença entre sua figura pública e você, aquilo que é seu e o que é do seu personagem, até onde você está interessado em dividir. Você está a fim de postar os seus filhos? Não tenho crítica a quem posta, mas eu não posto minha filha. Ela (Sofia) é linda, eu sei que iria ter um monte de likes (risos), mas não posto. Tem coisas que eu falo “Não, essa caixinha é só minha”. São as coisas que fazem parte da minha intimidade.
Donna – O conselho dois, o da análise, você segue?
Cauã – Sim, já fiz terapia, mas hoje faço análise. Atualmente não tenho ido muito. Quem já fez análise sabe que tem períodos em que você vai bastante, outros que você pega uma informação e precisa digerir os sentimentos, ver como a nossa cabeça funciona, não somos necessariamente uma máquina.
Donna – E quando a sua intimidade é acompanhada por paparazzi, por exemplo?
Cauã – É uma questão de você ir lá brigar com os paparazzi e deixar de curtir a praia com a sua filha? O que é mais importante? Minha filha, claro. Então, vou fazer o quê? Mas prefiro não incentivar. Há quem divida tudo publicamente e fique bem nesse lugar. Tem gente que não divide nada. Cada um tem que encontrar a maneira com que se sente confortável. Mas você está fazendo um perfil meu? Você vai me botar na capa da revista? (risos)
Donna – Depende do quanto você falar (risos). A assessoria indicou que seriam só 10 minutos, então passou do tempo. Mas não se preocupe porque também estou desligando para ir buscar minha filha no colégio.
Cauã – Não, não, tranquilaço, vamos seguir o papo, tô gostando. O que acontece é que, se você começa a fazer um papel de destaque na TV, é muito difícil ficar fechado. Você tem que abrir parte da sua intimidade, principalmente nos momentos em que você vai divulgar seus produtos, como está acontecendo agora. As conversas tomam um outro caminho. Às vezes o repórter quer saber alguma coisa porque ele acha que o público quer saber daquilo. Lembro até hoje que, na biografia do Sean Penn, ele fala que começou na mesma época do Tom Cruise e de como eles, jovens, decidiram tocar suas vidas de formas diferentes. O Sean Penn é mais discreto em relação à vida pessoal. Cada um sabe de que forma vai se colocar como figura pública, em algum lugar que traga conforto.
Donna – E esses dois atores que você citou têm outro aspecto em comum contigo...
Cauã – (Interrompe) Não, não estou me comparando a eles, imagina.
Donna – Me refiro ao fato de que também foram casados com mulheres igualmente famosas.
Cauã – Ah, claro, é verdade. Sean Penn foi casado com a Madonna. O Tom Cruise com a Nicole Kidman, com a Katie Holmes.
Na saída da maternidade com Grazi Massafera, em 23 de maio de 2012, nascimento de Sofia - Foto: Agnews
Cauã – Acho que você acaba se envolvendo com pessoas do meio porque são pessoas que entendem tudo isso com naturalidade. Mas tem muitos artistas que conseguem se relacionar com pessoas que não são famosas. Tenho também muito admiração por essas pessoas, pois estão em um universo muito diferente do delas. E esse universo tem também que seduzi-la para ela querer ficar com alguém que participe desse mundo tão diferente do normal. É um desafio para os dois.
(A repórter demora a fazer a próxima pergunta, e Cauã é quem pergunta:)
Cauã – Sua filha tem quantos anos?
Camila – Quatro e meio.
Cauã – Quase a idade da minha. Dizem que é a melhor fase, né? É tão fofo. Dizem que é a mais rica. Óóiinn, tão bonitinho, adoro criança.
Donna – Você imaginava que ser pai seria legal assim?
Cauã – Não, não imaginava, mas como é bom. E como a gente amadurece também, né? Eu inclusive me tornei um melhor profissional graças à minha filha. A gente ganha uma densidade na vida, ganha outro rumo. É muito louco. Gosto de tudo em ser pai. Gosto desse amor incondicional que você não sabe de onde tirou. Outro dia falei com uma repórter que também tem uma filhinha e ela me disse uma coisa muito bonita: “Você agora está proibido de morrer”. É uma proibição da sua morte, né? É um amor tão grande que mesmo quando você está passando por momentos delicados, como o último ano que passei e também a fase atual, com duas pessoas da minha família com doenças sérias, está sendo difícil, mas as crianças relaxam o astral. Isso realmente não tem preço. É muito especial.
Já são 18h55min, e a ligação cai. Cauã educadamente retorna cinco minutos depois para se despedir e ir para o Morro da Macaca trabalhar na sexta-feira à noite.