Que Volta por Cima é um novelão, ninguém pode negar. Porém, alguns personagens estão me irritando bastante. É o caso de Joyce, vivida pela maravilhosa Drica Moraes.
Membro de uma família completamente falida, Joyce vive em um mundo de alienação e negação, e não se conforma com a pobreza que bateu à sua porta. Até aí, tudo bem, Gigi (Rodrigo Fagundes) e Belisa (Betty Faria) também suspiram pelo passado de luxo e riqueza. O que mais tem incomodado a mim e a boa parte do público é a obsessão de Joyce por seu amor do passado, Osmar (Milhem Cortaz). Os dois viveram um romance na juventude, mas a família dela não admitia a relação por se tratar de um rapaz pobre. Ironias da vida, hoje em dia é Joyce quem não tem um tostão, enquanto ele usufrui da vida boa ao lado de Violeta (Isabel Teixeira).
Cresce, amiga
Joyce ficou fora de si quando viu Osmar na televisão. Desde então, passou a seguir os passos do ex e até se infiltrou na mansão de Violeta. Décadas se passaram, mas o comportamento de Joyce parece o de uma adolescente, tanto que ela ignorou as ameaças da rival, uma bandidona da pior espécie. Todo esse apego ao passado poderia ser curado com três letrinhas: CLT. Os três irmãos Góis de Macedo nunca precisaram pegar no batente, mas agora que a fortuna se esvaiu, bem que poderiam conjugar o verbo trabalhar. Nesse ponto, a única que vem correndo atrás é Belisa, que se tornou influenciadora digital. Se Joyce tivesse um emprego de 40 horas semanais, pegando ônibus, passando um bom tempo parada no trânsito, sorteasse boletos pra pagar no fim do mês, certamente não pensaria tanto no primeiro namorado.