Quem pensa que Simone Spoladore, 40 anos, tirou férias depois de Éramos Seis (2019), está muito enganado. Após se despedir da sofredora Clotilde na trama das 18h, finalizada em março, a atriz se dedicou à divulgação dos projetos gravados antes da pandemia. É o caso do filme Aos Pedaços, do diretor Ruy Guerra. O longa-metragem, que é um dos destaques do 48º Festival de Cinema de Gramado hoje, tem Simone e Emilio de Mello nos papéis principais. Na história, a atriz interpreta Ana, que tem uma sensibilidade extrema e intui o que Eurico (Emilio) não lhe conta. A partir das 20h, a transmissão será feita pelo Canal Brasil. O festival, em edição online, começou na sexta-feira e vai até o dia 26.
Atualmente morando em Londres, na Inglaterra, Simone passou pela Suíça no domingo passado, onde participou de uma leitura dramatizada da obra Amuleto (Editorial Anagrama, R$ 65, preço médio), do escritor chileno Roberto Bolaño (1953 – 2003). O projeto fez parte do Festival Babel de Literatura, idealizado pelo namorado da atriz, o escritor franco-suíço Vanni Bianconi.
Além de Aos Pedaços, a artista gravou O Livro dos Prazeres, baseado na obra Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (Rocco, R$ 29, preço médio), de Clarice Lispector (1920 – 1977), ainda sem data para estrear.
Em entrevista por e-mail, Simone fala sobre a expectativa para o 48º Festival de Cinema de Gramado, sua rotina durante o isolamento social e futuros projetos.
Qual é a sua expectativa para o 48º Festival de Cinema de Gramado, que, pela primeira vez, está sendo transmitido online e pela TV, por conta da pandemia?
Estou feliz que o festival vai acontecer, apesar de tudo. É uma pena que não possamos nos encontrar, mas, por outro lado, é muito bom que esses filmes passem no Canal Brasil. Torço para que o público aproveite a oportunidade de ver esses filmes inéditos.
O que você tem feito para manter o equilíbrio neste momento de tanta tensão por conta do coronavírus, problemas políticos e sociais?
Estou tentando manter minha atenção no momento presente, não ficar tentando adivinhar o futuro. A arte e a cultura nunca vão deixar de existir, e nós vamos encontrar outras maneiras de reexistirmos. Nós somos cocriadores da realidade.
Como tem sido a sua rotina durante o isolamento social? O que voltou a fazer ou retomou neste período em que pôde ficar mais em casa?
Quando o isolamento começou, eu tinha acabado de fazer uma novela, tinha trabalhado bastante e precisava de um descanso. Aproveitei muito para ler, escrever, ver filmes, ficar com o meu namorado, Vanni, minha enteada, Loren.
Alguns de seus projetos são inspirados em obras literárias, como O Livro dos Prazeres. O que você costuma ler em períodos de folga?
No momento, estou lendo Os Detetives Selvagens (Cia das Letras, R$ 57, preço médio), um romance de Roberto Bolaño.
Qual é a primeira coisa que você gostaria de fazer assim que a pandemia passar?
Ver minha família, amigos e terminar de filmar Laura e os Cães, meu segundo curta-metragem.
Qual você acha que será a grande lição que a humanidade deve tirar de tudo o que está acontecendo?
Cada escolha que fazemos afeta a vida do planeta e das outras pessoas. O lucro não pode estar acima da vida. Acumular dinheiro e poder é apenas uma ilusão de controle.