
Uma das novelas de maior sucesso da Rede Globo no final da década de 1990 está prestes a voltar à telinha. No dia 29 de abril, Por Amor reestreia na emissora em Vale a Pena Ver de Novo, substituindo Cordel Encantado, que está sendo transmitida no momento. O folhetim de Manoel Carlos foi exibido pela primeira vez em 1997.
Na trama centrada na classe média carioca, Helena (Regina Duarte) e a filha Maria Eduarda (Gabriela Duarte) engravidam ao mesmo tempo - mas o neto morre no momento do parto. Pensando na felicidade da filha, Helena doa sua criação em segredo.
Com 190 capítulos, Por Amor marcou época e é a novela mais reprisada da emissora. Veja alguns motivos para rever o programa:
1 - Pluralidade de assuntos
Além da troca de bebês, a trama de Manoel Carlos falou sobre importantes assuntos em seu enredo. Um dos assuntos que ganhou destaque foi o alcoolismo, que foi centralizado na vida de Orestes (Paulo José), que lutava contra a dependência da bebida, sofrendo por ser rejeitado pela filha e por ter perdido seu emprego.
O preconceito racial e social virou debate com o drama de Márcia (Maria Ceiça), mulher de Wilson (Paulo César Grande), um homem branco que não admitia a possibilidade de ter um filho negro. Além disso, o ciúme doentio, amores, traições, relação entre pais e filhos e conflitos éticos e morais também estiveram no enredo de Manoel Carlos.
2 -Primeira novela com haters
Por ter sido exibida nos primórdios da internet, em 1997, Por Amor é considerado o primeiro folhetim a ter haters - os famosos "odiadores" de algo nas redes sociais. Na época, páginas chamadas "Eu Odeio a Eduarda" surgiram em plataformas como Geocities.
A personagem, vivida por Gabriela Duarte, era considerada muito mimada pelos telespectadores. Ciumenta, ela ficava na cola do noivo, Marcelo (Fábio Assunção), e rejeitava o pai, Orestes (Paulo José).

3 - O estrelato de Susana Vieira
Uma das vilãs da novela era Branca Letícia de Barros Mota, vivida por Susana Vieira, que marcou sua atuação por diversas frases ácidas e debochadas. Na trama, ela é mulher de Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella), com quem está casada há mais de 25 anos, e mãe de Marcelo (Fábio Assunção), Milena (Carolina Ferraz) e Leonardo (Murilo Benício).
Veja algumas das pérolas que fizeram sucesso entre os internautas:
"Até uma mulher burra vale por dois homens. Nós temos o sexto sentido!"
"Diga que eu morri, dispensei o funeral hipócrita e me enterrei sem a ajuda de ninguém!"
"Qualquer defeito é perdoável em uma pessoa… menos a pobreza!"
"Eu odeio surpresas, principalmente de marido, que geralmente são as mais desagradáveis."

4 - A emblemática cena na piscina
Logo nos primeiros capítulos, uma das cenas mais emblemáticas da teledramaturgia faz parte de Por Amor. Irritada com Laura (Vivianne Pasmanter), que se insinuava constantemente para seu noivo, Marcelo (Fábio Assunção), Maria Eduarda (Gabriela Duarte) joga a rival, mesmo sentada em uma cadeira de rodas, dentro da piscina.
A cena chegou a ganhar uma releitura anos depois na novela Em Família, de 2014, com um contexto semelhante e com mais uma vilã parando dentro da água mesmo sob a cadeira de rodas.
5 - Confusões, almofadas voando e muito mais
A trama de Manoel Carlos, além de falar de assuntos delicados, era um terreno fértil para confusões. Outra cena que marcou época foi a briga entre Branca (Susana Vieira) e Isabel (Cássia Kiss), em que a vilã descobre a traição de seu marido com a secretária.
6 - A abertura
Com fotos reais da relação de Regina e Gabriela Duarte, que viveram mãe e filha na trama de Por Amor, a abertura da novela foi um dos aspectos marcantes. A canção, então, dava um tom ainda mais inesquecível: tratava-se de Falando de Amor, do Quarteto em Cy e MPB 4.
7 - O casal Nando e Milena
O romance de Nando (Eduardo Moscovis) e Milena (Carolina Ferraz) também é um dos destaques do programa. Milena (Ferraz) é filha da arrogante Branca (Susana Vieira) e cria uma paixão pelo piloto de helicóptero Nando (Moscovis). A química em cena rendeu tanta aceitação do público que o casal trabalhou juntos novamente em Pecado Capital (1998), com a mesma intensidade e apenas os nomes diferentes.
