Paolla Oliveira faz parte do elenco da minissérie Assédio, disponível no Globoplay e com o primeiro episódio exibido na TV na segunda-feira (15). Na produção, a atriz dá vida a Carolina, que inicialmente é casada com Evandro (Ricardo Ripa) e se torna paciente de Roger (Antonio Calloni), especialista em reprodução assistida. No entanto, eles acabam se tornando amantes e ela não acreditará nas acusações de que o médico estuprou muitas das mulheres que iam ao seu consultório. Para sua intérprete, a história é necessária neste momento. Além disso, avisa que quem for assistir procurando por sensualidade vai se decepcionar, porque não se trata disso.
— É tão espetacular o que foi feito, porque não é sobre sexo, sobre o erótico, o fetiche; é sobre dor. Quando você olha e pensa: "É isso? É frio. É duro". É o tempo entre o ato e elas morrerem um pouco. É muito maior do que a expectativa de quem vai assistir querendo ver algo a mais, uma parte de corpo, um peito — considera.
Assédio foi livremente inspirada no livro A Clínica - A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga, que aborda uma história real. Paolla conta que o processo para encontrar a personagem foi complicado, porque Carolina não é uma das vítimas de Roger. Ela é uma mulher que se apaixona por ele. Então, a atriz teve de deixar seus sentimentos sobre aquela situação de lado para passar o que a personagem precisa imprimir em cena. Embora exista todo o horror das sequências dos estupros, a parte de Carolina na história retrata outro lado da vida desse homem.
— Estou dentro de um trabalho com essa grandeza de emoções, vinda de uma história real, né? Mesmo que baseada, a gente fica com essa sensação presente o tempo todo. E aí salto para estar em situação oposta, que é ter que me apaixonar pelo monstro. Ser seduzida, seduzir e achar que ele é a melhor pessoa do planeta — relata.
Carolina se envolve com Roger e vira sua segunda esposa, após a morte de Glória (Mariana Lima). Segundo Paolla, a atração que a personagem sente pelo médico pode ter sido por ele ser um homem poderoso ou por simplesmente ter se apaixonado. A atriz revela que tentou entender a cabeça dessa mulher de todas as formas, mas não conseguiu.
— Ela acredita e briga por ele. Se for voltar à realidade, ela continua falando até hoje que ele não fez nada. Essa série passa por lugares que a gente nunca imagina. A Carolina começa a sair com o Roger enquanto a Glória ainda está com ele. Eles têm um relacionamento no período em que a primeira esposa está morrendo de câncer. Ela espera que a mulher morra, sem arrumar confusão. É horrível — opina.
Sem perdão
Durante as gravações de Assédio, no início do ano, Paolla foi assediada. A atriz foi exposta seminua, por conta do vazamento de fotos tiradas nos bastidores da produção sem o seu consentimento, por um funcionário. Segundo ela, o homem responsável por divulgar as imagens na internet é alvo de um processo aberto por ela e pela Globo.
— O processo ainda está correndo. Não houve perdão, não tem por que ter. Se eu faço uma coisa, eu assumo, você também, e é assim. O processo foi junto com a Globo. A emissora também foi prejudicada nisso — conclui.