Passavam cerca de 12 minutos da meia-noite quando a multidão em frente à principal praça de Alegrete explodiu em cantos e dança. Pudera... o mais novo filho ilustre daquela terra, Léo Pain, ganhou o disputado The Voice Brasil.
Teve foguetório. Teve mãozinha para cima, abanando e dizendo adeus. Teve, antes disso tudo, o “tá chegando a hora...”. Teve certeza desde o início que Léo era o homem da noite, o abençoado pelo showbusiness, o cara que saiu da campanha gauchesca e das apostas em carreira de cavalo para ganhar o Brasil com seu visual de Elvis Presley tardio. E seu vozeirão de Altemar Dutra, como bem lembrou um dos jurados do The Voice, Carlinhos Brown.
A ascensão meteórica do regional Léo Pain para a fama nacional, em menos de três meses, deu a Alegrete um frenesi de orgulho que talvez não vivenciasse desde que Os Fagundes criaram aquele que viria a ser o hino informal da cidade, o Canto Alegretense.
Ajuda muito o fato de, ao contrário de muita gente que alcança o sucesso e some, Léo Pain não ter sumido de Alegrete. Ele esteve na semana passada na cidade, cantando num pub (sim, o município no coração do gauchismo tem disso!). Quando aparece, os bares vendem mais, os ambulantes se animam, até os pipoqueiros ganham clientela. Sim, porque alguns lugares colocam telão para divulgar suas aparições.
Léo gosta de dizer que é alegretense, que se criou nas canchas retas, entre os cavalos nos quais o pai apostava. Ama tanto essa lida que ele próprio cria quatro éguas crioulas. Ele toca nos bailes da região, cumprimenta moradores pelo nome, posa para fotos com a mulherada (que faz fila à espera do galã). A única decepção delas é que ele é casado.