Uma pequena rua de paralelepípedo, com casas enfeitadas, coloridas, quase lúdicas. É nela que Rique, um palhaço de circo desempregado, estaciona o seu trailer, passa a interagir com os moradores e se envolve em muitas confusões. Assim é A Vila, série de humor que estreia no Multishow nesta segunda-feira (7), às 22h30min.
Realizada pelo canal em parceria com a produtora A Fábrica, a série traz 25 episódios, a serem exibidos de segunda a sexta-feira. A sitcom é protagonizada pelo ator e humorista Paulo Gustavo. Fascinado pelo universo circense, ele desenvolveu a ideia da atração junto com a emissora a cabo.
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– Sempre tive vontade de fazer um palhaço. Até porque já sou um por natureza, né? – diz, rindo, o intérprete de Rique.
Paulo Gustavo comenta que vê os palhaços como figuras emocionantes, pois são alegres e divertidos, mas, ao mesmo tempo, um pouco tristes e solitários. E, por mais que ele próprio seja sempre brincalhão, consegue estabelecer um paralelo com esses profissionais.
– A gente que é comediante também têm essa vida. Sinto isso principalmente quando faço monólogo em turnê pelo país. Estou em cena, fazendo um espetáculo para milhares de pessoas e, quando as cortinas se fecham, estou sozinho – afirma.
Na sitcom, o ator inicialmente aparece com um figurino inspirado em trajes de palhaço, porém, com a passagem de tempo na história, as peças temáticas vão diminuindo, ficando apenas referências, como suspensório e meias coloridas. Já a peruca loira usada pelo personagem veio para ficar, para mudar a imagem do ator.
– Quando a pessoa tem cabelo, pode pintar, alisar, mudar o tom, mas, no meu caso, é peruca mesmo que resolve, pois sou careca, né? – constata.
A nova comédia segue o estilo de outras produções do Multishow (como Vai que Cola e Planeta B), gravadas com plateia, numa mistura de TV e teatro. No centro do palco, a cenografia consiste em uma rua de vila, sem localização específica, por onde transitam tipos hilários. Os imóveis são de fachada. A ação acontece da porta para fora. Qualquer semelhança com o mexicano Chaves (1972 – 1980), onde o convívio maior se dá em um pátio de vila, não é coincidência.
– Assistimos a muitas coisas para nos inspirar, como Chaves, Buster Keaton (1895 – 1966), Charles Chaplin (1889 – 1977), mas são apenas referências. Fizemos uma mistura e levamos para o palco – conta.
Neste programa, Paulo Gustavo está com a macaca. Literalmente. Salomé, um simpático animalzinho, é sua companheira de cena.
– Ela fez tanta palhaçada (nas gravações), que eu fiquei com vergonha de dizer que sou comediante – brincou o ator recentemente em sua conta do Instagram.
Trapalhões da vila
O personagem de Paulo Gustavo tem bom coração, mas é atrapalhado. Parece até que a famigerada Lei de Murphy cismou com ele! Após a falência do circo em que trabalhava, ele passou a morar na vila e está sempre com o jornal aberto na coluna de empregos, em busca do pão de cada dia.
– O Rique é a realidade de muitos brasileiros. Está desempregado e vive de "freelas", lutando para conseguir um trocado – compara João Fonseca, que divide a direção do programa com Pedro Antônio Paes.
Outra egressa da vida circense é Violeta. A personagem é vivida pela atriz e humorista Katiuscia Canoro.
– Ela é uma trambiqueira, não tem caráter nenhum. É a melhor amiga do Rique – comenta a intérprete.
Apesar da boa relação, a moça aplica pequenos golpes que acabam colocando o ex-palhaço em furadas.
– Ela realmente passa necessidades para fazer o que faz, mas, no fundo, não quer atrapalhar a vida de ninguém. Violeta quer se dar bem, mas eu vejo uma coisa inocente nela. Me inspirei muito na minha criança interior, pois tudo é uma grande brincadeira – defende Katiuscia.
Rique e Violeta moram na vila do Seu Lupércio (Ataíde Arcoverde). Proprietário de todas as casas do local, ele possui um dinheiro considerável, mas é ganancioso e sovina. Finge ser mais inteligente do que é ao dizer palavras difíceis, e tenta esconder o amor que ainda sente pela ex-esposa, Dona Fausta (Teuda Bara). Esta é a vizinha que mais gosta de reclamar, a autoritária do pedaço. Ela disfarça a queda pelo ex-marido, e controla os passos do filho, Joca (Lucas Salles), um rapaz romântico, tímido e sonhador.
Joca é apaixonado por Isabela (Monique Alfradique), uma garota de personalidade forte, que luta pelos direitos das minorias. A jovem é alvo das investidas de Bené (Gil Coelho), sujeito bonitão, mas um tantinho inconveniente. Entre escolher um dos dois, Isabela prefere canalizar suas energias para outra paixão: a prática de esportes radicais.
Quem também circula na vila é a misteriosa cartomante Madame Zaluê (Zezeh Barbosa). Ela vive lendo a sorte dos moradores, ainda que sem permissão para isso. Com frequência, é vítima das armações de Rique e Violeta. Já Emílio (Aldo Perrota) não é vidente; é pipoqueiro. Mas sabe tudo da vida de todo mundo! Zé da Birosca (Alex Pinheiro), por sua vez, é calado e não quer se meter em confusões. Trabalha no bar da vila, e prefere ficar de longe, só observando o movimento.
Com poucos personagens e muitas trapalhadas, A Vila é um programa destinado à família.
– É uma comédia despretensiosa, com toques e características de circo. Tem humor físico, é tudo muito visual – resume o diretor João Fonseca.
Ao telespectador mais curioso, fica aqui uma dica para conferir de antemão o humorístico: os primeiros cincos episódios já estão disponíveis na plataforma Multishow Play, inclusive para não-assinantes. Além disso, nesta terça, o Now vai disponibilizar a temporada completa para assinantes NET.
A VILA
Estreia da primeira temporada, nesta segunda-feira (7), às 22h30min.
Exibição de segunda à sexta.
Multishow