A 12ª Câmara Cível do Rio de Janeiro determinou que o músico Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, terá de pagar R$ 100 mil de indenização por ofensas misóginas à artista plástica Adriana Varejão. As informações foram antecipadas na coluna de Ancelmo Góis, no jornal O Globo.
O caso ocorreu em 2017, em meio à polêmica envolvendo o fechamento da exposição Queermuseu, após fortes críticas de grupos que viram na mostra apologia a pedofilia, zoofilia e blasfêmia. Na época, Varejão, que tinha uma obra exposta, saiu em defesa de que a mostra fosse transferida do antigo Santander Cultural, em Porto Alegre, para uma nova casa. Roger Moreira, então, pegou uma foto da artista e fez uma montagem desenhando cruzes nos olhos da artista, um pênis e a palavra "puta", e postou no Twitter.
Na decisão, o juiz afirma que a postagem do líder do Ultraje a Rigor teve "pretensão exclusiva de desabonar a honra e a dignidade" e se trata de "disseminação do ódio e intolerância com nítido propósito difamatório". O músico tem cinco dias para publicar um texto de retratação, na mesma rede social, sob pena de multa diária de R$ 200.
Até o momento, Moreira não fez nenhuma publicação a respeito do caso. Em seus stories do Instagram, Varejão comemorou a decisão da Justiça e se comprometeu a doar todo o dinheiro que receber a ONGs que atuam na área da proteção da mulher, da arte e das minorias.
