Pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus, o grupo que é um dos símbolos da cultura gaúcha, Os Fagundes, fará uma live. E a ocasião é tão especial que Bagre, Neto, Ernesto e Paulinho não farão apenas uma apresentação, mas quatro. Os shows virtuais ocorrerão nos domingos de julho, sempre às 11h, no YouTube, no Instagram e no Facebook dos artistas.
Nas transmissões ao vivo, batizadas de Raízes do Sul, Neto, Ernesto e Paulinho estarão juntos, no pátio da agência de publicidade que atende o grupo, sem aglomerações. Enquanto isso, Bagre entrará no show pela internet, de sua casa, no bairro Bom Fim, na Capital.
— Por ser do grupo de risco (Bagre tem 80 anos), não estamos encontrando o pai. Estamos muito felizes em fazer a primeira live dos Fagundes, com todos juntos, mesmo que seja virtualmente. Essa é a hora de preservar nossas raízes. Tudo que tiver raiz, para mim, será a sobrevivência em tempos de pandemia — afirma Ernesto.
Apoio local
Nos shows, a ideia dos músicos é que o público veja os Fagundes de maneira diferente e consiga descobrir como eles lidam com a música em casa, por exemplo.
— Essa live ganha a força do instrumental do Paulinho, eu trarei influências latino-americanas e traremos canções que fizeram a história do Neto nos festivais de música nativista. E o pai vai entrar com grandes histórias, contando quando ele conheceu o Lupicínio Rodrigues (1914–1974), por exemplo — explica Ernesto.
As quatro apresentações trarão grandes sucessos do cancioneiro gaúcho, como Origens, e o Canto Alegretense, composição de Bagre e Nico Fagundes (1934–2015). As lives terão apoiadores locais e doações para entidades assistenciais.
– O mundo precisa se reconstruir, através do amor e das coisas mais simples da vida. Nós, Os Fagundes, já sabíamos disso e continuaremos a levar essa mensagem a todos que também gostariam de receber o nosso canto e nossa música em seus lares – afirma Paulinho.
Origens
Neto, que também é apresentador do programa Galpão Crioulo, na RBS TV, lembra que as apresentações serão uma espécie de volta às origens da família.
– Com todos os cuidados que o momento pede, iremos nos encontrar para tocar e cantar as nossas canções para o público, que cobrava esta live. No pátio de casa, como foi lá no início, no Alegrete, teremos a participação virtual do nosso maior mestre – afirma Neto.
Ernesto destaca:
– A ideia é que todos estejamos juntos, investindo na nossa cultura, com apoiadores daqui. Será uma live do pátio de casa, para o público do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo, pois a gauchada está em qualquer canto do mundo e poderá matar a saudade da cultura daqui.