Em geral, quando uma banda começa sua trajetória, investe em um repertório de releituras de grupos de sucesso, para ir ficando mais conhecida junto ao público. Depois, tenta introduzir faixas próprias nos shows, sonho de boa parte dos músicos. Porém, na Caronamano, de Viamão, não aconteceu assim.
Em 2010, Marco Lima (guitarra) e Adriano dos Santos (baixo), amigos desde a infância, resolveram unir experiências anteriores - ambos já haviam integrado outros grupos - e fundaram a Caronamano, com um misto de pop e reggae. O diferencial deles está na decisão de fincar pé no repertório próprio, desde o começo.
– A gente trabalhou com essa ideia, justamente, pelo fato de já termos integrado bandas que fazem releituras. Claro, o público gosta, mas não era uma coisa autoral. Nosso sonho, desde o começo, era gravar um CD que tivesse só músicas próprias – explica Adriano.
Misturando estilos diferentes dentro do próprio grupo, os músicos começaram um longo trabalho de divulgação, shows e, principalmente, passaram a arrecadar fundos para a tão sonhada gravação.
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Processo longo
De acordo com Adriano, todo o processo levou cerca de três anos. E não foi fácil, pelo fato de que a turma não costuma tocar com frequência em locais com uma pegada mais comercial, justamente por casas deste estilo privilegiarem grupos que façam releituras:
– Ficamos um bom tempo em função de juntar grana para gravar o disco. Só na gravação, deu mais de um ano. Queríamos deixar tudo na melhor qualidade possível, dentro do padrão financeiro que a gente tinha, claro. Não é fácil, a gente não faz muito show em balada. Tocamos mais em lugares que aceitam novas ideias e composições.
Em outubro de 2016, a turma conseguiu lançar o disco. Com um pop consistente e pitadas de reggae, o trabalho tem algumas faixas que lembram o estilo do som de Jack Johnson como Através da Linha e Meu Amor e Eu. Para um momento tão especial, aliás, nada mais justo do que convidados do quilate de Daniel Torres, Nê Kisiolar, Tuzinho e Boquinha, trio da Chimarruts e Jorginho do Trompete.
Outra boa novidade é que duas das canções do disco, Meu Amor e Eu e Brasil Afú, passaram a tocar no ATL.RS, programa comandado por Rafinha, na Rádio Atlântida (94.3 FM), que privilegia bandas independentes.
– Esse trabalho é uma mistura de tudo que pensamos sobre música. Alguns da banda curtem rock mais pesado. Outros, um ritmo mais leve. Ouvindo o disco, já nos disseram que parecem dois grupos. Mas é tudo junto, por um único objetivo, levar nossa música adiante – finaliza Adriano.
Ainda integram a Caronamano Kae Santos (voz e violão) e Lucas Andrade (bateria).
Pitaco
Mauri Grando, empresário do meio musical e secretário de Cultura de Canoas, fala sobre o grupo:
– Ouvi a faixa Tibet (parceria do grupo com Daniel Torres). Letra fácil, melodia simples, mas contagiante. Senti falta de um refrão marcante.Porém, tem jeito de música tema de novela das seis.
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– Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.
– Para falar com os guris da Caronamano, ligue para 99852-2716.