A situação precária do Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (CMC) atingiu um novo ponto crítico. Várias salas do edifício que abriga o Atelier Livre, a Sala Álvaro Moreyra, o Teatro Renascença e diversos braços da Secretaria da Cultura de Porto Alegre ficaram sem água por mais de 10 dias.
A falta de água afetou a Sala Álvaro Moreyra, o bar e praticamente todas as salas da escola de arte Atelier Livre Xico Stockinger – exceto a de litogravura e a cozinha. Centenas de alunos frequentam o local e foram afetados, já que as aulas de serigrafia, cerâmica, escultura, pintura e outras artes precisam de água. Além disso, apenas um dos quatro banheiros estava funcionando. Alguns professores foram obrigados a buscar baldes de água na rua para poder darem aulas.
Uma das alunas da instituição, a artista Graça Craidy, denunciou a situação nesta sexta-feira, publicando um texto no Facebook que havia sido compartilhado 183 vezes até o final da tarde do mesmo dia. Segundo ela, algumas salas não tinham água há mais de um mês.
– Eu faço aquarela lá nas terças e temos que ir no pátio pegar água – reclama Graça Craidy.
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No final da tarde de sexta-feira, o problema foi resolvido. No entanto o engenheiro chefe da equipe de administração dos prédios culturais, Wolney Carvalho Prado, afirma que outras situações de falta de água devem voltar a acontecer.
– Temos um problema no sistema de distribuição que é bastante crítico, os registros estão esclerosados. Pelo menos uma vez por mês tem falha de abastecimento ali e demora para voltar. Eu tinha intenção de pedir a interdição do prédio, mas não adianta se não tiver investimento – explica Prado.
_ É um problema estrutural bem recorrente, mas continuamos na ativa – diz Andrea Falkenberg, diretora do Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (CMC).
Segundo Prado, o edifício precisaria de um investimento na faixa dos R$ 2 milhões para que fossem sanados seus problemas elétricos e hidráulicos.
Em atividade há 56 anos, o Atelier Livre Xico Stockinger já teve 1,8 mil alunos, entre eles alguns dos maiores nomes da arte no Rio Grande do Sul. Atualmente, atende em média 600 estudantes e enfrenta sua pior crise, com infraestrutura sucateada e quadro de professores reduzido. No ano passado, alunos criaram o movimento S.O.S. Atelier Livre para tentar sensibilizar as autoridades.