Na sua área de atuação, eles já são astros, consagrados, mandam muito bem. Mesmo assim, alguns dos grande cantores e atrizes do país não se acomodam, se reinventam e partem em busca de novos desafios, em áreas que os desafiam a mostrar outros talentos, além dos habituais. Michel Teló, que estreou nesta sexta-feira, Bem Sertanejo _ O Musical, é um exemplo. Porém, Retratos da Fama traz outros exemplos de astros que fugiram do lugar-comum e se aventuraram em mares pra lá de diferentes.
No Bem Sertanejo, quadro exibido entre 2014 e 2015, no Fantástico, Michel Teló, 36 anos, já havia ensaiado um pequeno passeio distante de sua profissão, já que fazia as vezes de apresentador, entrevistando grandes nomes da música sertaneja - o quadro aliás, volta ao ar em maio, no dominical da Globo. Porém, em Bem Sertanejo - O Musical - , que estreou na sexta-feira (21), em São Paulo, e chega à Porto Alegre na próxima semana, o paranaense ousou ao estrear como ator.
A montagem, que tem Teló como personagem principal, atuando e cantando, conta a história da música sertaneja, desde a sua origem caipira, no século XVII, até os dias mais recentes, e traz no repertório mais de 50 sucessos de nomes como Tonico & Tinoco, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano e Gusttavo Lima. Por e-mail, Teló disse que o que o levou a encarar o musical foi o fato de gostar de desafios:
– Queria sentir a mesma "vibe", queria contar a história verídica e que ficasse autêntico. O espetáculo está lindo demais.
Foco total
Cantor consagrado, sempre com agenda lotada, Teló teve que dar uma pausa na carreira.
– Tirei quatro meses dos shows para me dedicar ao musical, mas trouxe minha banda para o espetáculo. Depois de junho, vamos dar uma pausa para cuidar do momento especial que estou vivendo com a minha família (o ator e sua esposa, Thais Fersoza, já são pais de Melinda, oito meses, e Tais está gravida novamente) – revela.
Teló conta, ainda, que chegou a decorar textos até no trânsito e ensaiava cerca de cinco horas por dia. A rotina de ator, aliás, foi sua maior dificuldade:
– Esse é outro mundo para mim. Decorar até é fácil, mas falar do jeito certo, no tempo certo foi um desafio. Tem toda a parte de virar um personagem, tem coreografia, falar com sotaque, prestar atenção nas marcações. É muita coisa ao mesmo tempo.
Bem Sertanejo - O Musical em Porto Alegre
– Quando: dias 28 e 29 de abril, às 21h e 30 de abril, às 20h
– Onde: Teatro do Sesi, Assis Brasil, 8.787
– Quanto: ingressos a R$ 90 (mezanino), R$ 120 (plateia alta) e R$ 150 (plateia baixa), à venda no ingressorapido.com.br e na FNAC do BarraShoppingSul, Diário de Notícias, 300, de segunda a sábado, das 10h às 20h e domingo, das 13h às 18h.
No cinema, no palco e na telinha
Daniel, 48 anos, já se aventurou no cinema, na tevê e no palco, em um musical que comemorou seus 30 anos de carreira, em 2013. Na telona, fez participações em Xuxa Requebra (1999) e Didi, o Cupido Trapalhão (2003). Porém, o grande destaque foi em O Menino da Porteira (2009), versão de um sucesso dos anos 1970, quando interpretou Diogo, papel que havia sido de Sérgio Reis.
– Foram experiências maravilhosas, pude conhecer técnicas e a prática que cada segmento exige. Para O Menino da Porteira, fiz um laboratório de alguns meses, muito enriquecedor para mim, não somente na atuação, mas também me ajudou muito com os shows, de forma geral – afirma o sertanejo, em entrevista por e-mail.
Daniel, fiel à missão sertaneja
Tirou de letra
Na telinha, seu grande destaque foi em Paraíso (2009) - em América (2005) e Araguaia (2010) fez pequenas participações. Em Paraíso, viveu como Zé Camilo, um violeiro que conquistava as moças com sua voz e charme.
Atuando ao lado de nomes como Alexandre Nero e Vanessa Giácomo, Daniel, em entrevista por e-mail, comenta que tentou usar de sua naturalidade e de seu lado cantor. Destaca, ainda, que fazer novela exige muitos ensaio. Sobre decorar textos, o astro teve até facilidade.
– Claro que é diferente (o ato de decorar), mas eu tenho certa facilidade, até por causa das músicas, que sempre aprendi com facilidade – conta o astro, que, para não interromper sua agenda de shows, gravava as cenas da novela de segunda a quinta-feira.
No futuro, o sertanejo não descarta voltar a atuar:
– É um universo que me fascina, não descarto essa possibilidade. Como nas outras situações, depende muito do projeto, se me tocar, eu vou encarar, com certeza.
Lucas Lucco já vai para a terceira novela
Além do sucesso como cantor, Lucas Lucco surpreendeu o país como ator. No segundo semestre de 2015, estreou na dramaturgia, interpretando o engraçado Uodson, em Malhação. O lado ator deu tão certo que ele teve outra participação exitosa na recém-encerrada Sol Nascente, na qual viveu o professor Daniel, um dos mestres de Milena (Milena Giovanna Lancellotti), na faculdade de Medicina Veterinária.
Sucesso em Malhação, Lucas Lucco estaria de caso com diretora da atração
Dos finais de tarde para o horário nobre: Malhação é uma fábrica de talentos
– Além de cantar, de estar no palco, eu amo estar em frente às câmeras. Eu gosto desse clima, do aprendizado que eu ganho aqui dentro. Já era uma vontade minha poder fazer outro trabalho, mas não achei que seria tão rápido – conta o cantor e ator, em entrevista ao Gshow.
Lucco agradou tanto que já está escalado para novo papel na Globo. Em horário nobre, ele retornará à tevê para integrar o elenco da próxima novela de Walcyr Carrasco. Substituta da trama de Glória Perez, O Outro Lado do Paraíso deve estrear em outubro.
Beleza e talento, muito talento
Os altos e baixos de "Sol Nascente"
Não bastasse toda aquela exuberância e talento que exibe na telinha, Letícia Spiller, 43 anos, tem mostrado seu lado cantora, no espetáculo Não Deveria se Chamar, em cartaz neste fim de semana, em Campinas, Interior de São Paulo, ainda sem previsão de chegar em Porto Alegre. A atriz solta a voz ao lado da amiga Caru Ricardo, em um show que mistura canções de nomes como Marcelo Jeneci e Caetano Veloso, e adaptações de poemas que falam de amor, afeto e amizade.
Dedicação
A experiência com a amiga começou em 2015, quando elas dividiram os vocais com o cantor paulistano Pélico, em uma das faixas do CD do artista, batizado Repousar. Gostaram tanto da experiência que decidiram fazer a turnê de Não Deveria Se Chamar. Em sua última atuação na telinha, aliás, em Sol Nascente, Letícia interpretou Lenita, que cantava no bar Rota 54, point dos motociclistas que passavam pela fictícia Arraial do Sol.
Em entrevista ao site Portal Novidade, de Campinas, ela conta que sua história com a música não vem de hoje.
– Comecei a cantar na época em que trabalhava com a Xuxa (ela foi paquita da Rainha dos Baixinhos, no fim dos anos 1980, no extinto Xou da Xuxa, da TV Globo). Nos últimos seis anos, no entanto, fiz os musicais Outside, o Edypop e, depois, o Doroteia. Assim, passei a dedicar-me mais ao canto. Intensifiquei as aulas e passei a me preparar mais – explica a atriz, que falou da relação com a amiga:
– Foi quando a Caru, com quem eu cantava quando adolescente, convidou-me para esse projeto. Como a gente queria cantar o amor, acabamos envolvidas nesse musical. Agora, mais do que nunca, o canto está presente na minha vida.
Quem é quem?
E o público, confunde ator com cantor? Fica na dúvida se o cantor vai virar ator, ou vice-versa? Especialista em imagem de famosos, a jornalista Jane Barboza, assessora de imprensa nomes como Zeca Pagodinho, lembra de uma experiência que teve com a cantora Mariene de Castro, assessorada por Jane.
Em Velho Chico (2016), a baiana Mariene, 38 anos, viveu a empregada pra lá de atrevida, Dalva:
– Neste caso, o fato dela estar na novela, tornou a "cantora " mais popular, até porque ela cantava na novela, seguidamente. Por isso, não foi interessante desassociar a cantora da atriz. Uma reforçava a imagem da outra.
Da telinha para as letras
Uma das musas dos últimos anos da telinha, Marina Ruy Barbosa é presença constante na mídia. Seja nos papéis que ganham cada vez mais destaque, como os mais recentes, como Elisa, em Totalmente Demais, (2015) e quando viveu Isabela, na série Justiça (2016), ou em campanhas publicitárias, ela aparece direto.
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Mesmo assim, Marina guarda energias para mostrar ao público um outro talento: o de escritora. Aos 22 anos, a ruiva prepara o lançamento de seu primeiro livro, de acordo com o jornal O Globo. De olho no poder que Marina tem como influenciadora digital, a Companhia das Letras a convidou para o projeto, que ainda está em fase de formatação, e tem por objetivo transformar Marina numa incentivadora da leitura, ainda de acordo com a publicação.
– Será um livro voltado para a galera da minha idade. Estou escrevendo algumas partes com a ajuda de uma editora. É um pouquinho de tudo: histórias que vivi, dicas de profissão e uma seleção de poesias de que eu gosto, que têm a ver comigo – conta ela.
A atriz cita como inspirações dois poemas clássicos: A Bailarina, de Cecília Meireles, e Das Utopias, do gaúcho Mario Quintana:
– O livro é um projeto para incentivar os jovens a gostarem tanto de poesia quanto eu gosto.
Contatada, a assessoria de imprensa da Companhia das Letras, informou que o livro ainda não começou a ser escrito, mas confirmou que ele será lançado pela editora - mas ainda sem data marcada.
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