Tradições de final de ano: uva passa no arroz, chegada do Papai Noel no shopping, amigo secreto na firma e show do Nei Lisboa em Porto Alegre. Mas enquanto as primeiras permanecem intocáveis, Nei decidiu se renovar e chamou o maestro Gilberto Salvagni para um espetáculo diferente. Nesta sexta, no Teatro do Bourbon Country, é tudo por conta do jazz.
A parceria entre Salvagni e Nei não é de agora. Remonta ao período entre 2012 e 2014, quando o primeiro conduziu a Banda Municipal de Porto Alegre e chamou o segundo para participações especiais. No ano passado, repetiram a dobradinha com a Orquestra de Sopros de Caxias do Sul. Nesse ínterim, o desejo de Salvagni de montar uma big band de jazz se encontrou com a vontade de Nei de fazer um trabalho como intérprete nos moldes de Hi-fi (1998), seu clássico disco de releituras.
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– Esperava que o Nei quisesse fazer algo com a sua própria obra. Fiquei surpreso e feliz pelo interesse em cantar outro repertório e já começamos a pensar em um formato – explica Salvagni.
Decidido que uma big band viria a calhar, a dupla passou para a escolha do repertório. O maestro conta que decidiram se concentrar entre as décadas de 1920 e 1940, com uma ou outra escapada para os períodos seguintes. Entre as composições, estão hits que fizeram sucesso na voz de Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Tony Bennett, como I've got you under my skin, It don't mean a thing e Someone to watch over me, além de temas instrumentais inesquecíveis, como In the mood e Sing, sing, sing.
– Pesquisamos tanto músicas que o Nei teria mais identificação quanto músicas icônicas desse universo e que não poderiam ficar de fora. – explica Salvagni. – Daí eu fui atrás de escrever os arranjos. Escrevi 11 e peguei outros cinco prontos. Tem até uma marcha militar, American Patrol, de 1885, que muita gente acha que é originalmente de big band.
Nei comenta que algumas das canções já pontuavam seu repertório, enquanto outras ele precisou aprender a cantar do zero.
– Ninguém está esperando um Tony Bennett renascido no palco, mas vou tentar não fazer feio – brinca. – De qualquer forma, é um barato tocar com esse formato de big band, é muito alegre, divertido, e o repertório é super consagrado.
A banda, com 17 músicos, foi formada com gente que já trabalhou com Salvagni em conjuntos musicais na Capital e na Serra. A distribuição é de uma big band tradicional: cinco saxofones, quatro trompetes, quatro trombones, bateria, contrabaixo, teclado e guitarra, todos afinados e bem sincronizados para dar conta do precioso set list. Ou nem tão sincronizados assim.
– Ah, teremos espaço para improvisação, claro. Senão não é jazz de verdade – sentencia o maestro.
Música
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Gustavo Brigatti
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