São os três dias mais esperados do ano para muita gente e eles começam nesta quinta-feira. Como já é costume, o Mississippi Delta Blues Festival (MDBF) invade a Estação Férrea de Caxias do Sul, transformando o espaço numa grande celebração musical, repleta de atrações internacionais e com mais de 80 shows programados para ocupar sete palcos diferentes até sábado.
Este ano, pelo menos quatro atrações gringas inéditas em Caxias participam do MDBF, entre eles James "Boogaloo" Bolden – trompetista de B. B. King por mais de 30 anos –, as cantoras Annika Chambers e Orianna Anderson – uma americana do soul e uma argentina do jazz, respectivamente –; e o guitarrista J. P. Soars, que fecha a programação no palco principal mostrando um blues super contemporâneo, com pitadas de música latina e gypsy. Além disso, há ainda atrações como o onipresente Bob Stroger, baixista queridinho dos frequentadores do MDBF.
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Toyo Bagoso, o organizador da festa, está animado especialmente com a apresentação de outro norte-americano, que volta a Caxias do Sul, cumprindo uma promessa firmada em maio.
– Sou fã há muito tempo do Tail Dragger, a gente ficava sonhando com o dia que ele tocaria no bar. Conseguimos trazê-lo em maio, mas a gente queria muito que ele tocasse no festival. Quando o Tail estava em Caxias, o levamos para dar uma volta por aqui e mostramos a casinha (o clássico Front Porch Stage). Quando ele a viu, disse: "faço questão de voltar". É um dos shows que mais espero no festival – comenta Toyo, sobre o vocalista, representante do tradicional blues de Chicago.
Apesar da música ser a maior estrela do MDBF, há ainda muito a ser visto e experimentado entre um palco e outro. Um exemplo é a estreia do bungee jump, que ocupa o lugar da tirolesa, um sucesso na edição passada. Os corajosos que toparem subir 42 metros (para depois se jogar de lá!) terão uma visão privilegiada do festival.
Outras novidades do ano passado que estarão reformuladas são a Beer Square, com participação de seis cervejarias artesanais; e o espaço de food trucks, que este ano fica no lugar ocupado pelo palco principal outros anos. Falando em palco principal, este ano ele estará de frente para a estação de embarque da Estação Férrea. Desta forma, praticamente todos os outros palcos também mudaram de lugar, como o Magnolia e o Folk, que acabaram invertendo de lugar.
– Tivemos que fazer um monte de adaptações, deu bastante trabalho, mas a gente quis oferecer essas mudanças e não deixa de ser uma nova atração do festival a descoberta do que dá para fazer de diferente no mesmo espaço – sugere Toyo.
Quem visitar o festival também verá muitas bottle trees (árvores de garrafa), que compõem o tema do 9º MDBF. Elas representam uma tradição norte-americana nascida com os escravos, que colocavam garrafas nos galhos secos de árvores para apreenderem ali espíritos ruins. Ao bater do vento, essas garrafas emitiam um som parecido com um uivo, talvez o lamento dos espíritos aprisionados.
– Tivemos um ano tão turbulento que eu falei: vamos encher dessas árvores no festival (risos). Mas, na verdade, por tocar blues e invocar tantos ídolos por meio da música, acho que no bar a gente já tem uma proteção natural. Os espíritos blueseiros nos protegem – garante Toyo.
SERVIÇO
:: Dinheirinho: toda a comercialização dentro do MDBF é feita por meio da moeda própria. Este ano, cada tíquete vale R$ 3,33. As cartelas mais comuns custarão R$ 20, contendo seis tíquetes. Haverá ainda um caixa vendendo cartelas de R$ 10, contendo três tíquetes.
:: Leilão silencioso: foi substituído por outra atração, o Second Hand, espaço que abrigará itens doados por músicos (como roupas, discos, etc). A venda será feita na hora, e o valor arrecadado será doado para o Voluntários sem Fronteira.
:: Ingressos: quarto lote de passaportes: R$ 300 (Mojo), R$ 265 (meia) e R$ 530. Individuais para hoje: R$ 105 (Mojo), R$ 90 (meia) e R$ 180, à venda no www.dticket.com.br ou no Mississippi, somente em dinheiro.